quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Jalapão

Pessoas,

mais um post feito pela minha amanda irmã, Andréia, que foi para o Jalapão com a amiga Ju e voltou cheia de vontade de ir de novo!

"Você sabia que o Brasil tem uma região desértica? E você sabe o que é uma região desértica? Aposto que pensou no Saara ou no Atacama e isso te dá meio certo. Uma região é considerada desértica não somente porque é composta de areia, areia e areia. Mas, sobretudo, por ser pouco habitada. E assim é o Jalapão, o deserto do Brasil.

Há poucas maneiras de se chegar até lá. Não sei nada sobre todas, só sobre uma: pela empresa de turismo Korubo e, não! Eles, infelizmente, não estão me pagando por isso.

A viagem começa em Palmas. Você vai, por sua conta, de sua cidade até Palmas. O hotel em que se hospeda é por conta da Korubo, quer dizer, você pagou por ele, né? É um hotel razoável, só pra uma noite ta ok! Tem ar-condicionado, box no banheiro e um excelente café da manhã [itens que eu considero importante]. No dia posterior à chegada, a aventura começa. De Palmas ao Jalapão são 300 km, mas a viagem dura umas 6h porque a estrada é todinha de terra e de um visual que é de acreditar que deus existe.


Um caminhão vai te buscar no hotel. Meninas, abusem do sutiã porque é um sacolejo sem fim. A primeira parada é na cidade Ponte Alta. Lá se almoça e troca de caminhão. O almoço é numa mini-pousada que mais parece uma casa. Comida super caseira, sem glamour, mas com sabor. Importante! Na troca do caminhão, peça ao guia para ir na “cobertura” do caminhão. O visual é des-lum-bran-te. Natureza riquíssima e estonteante de linda.


Após almoço e troca de carro, uma parada rápida no Canyon de Suçuapara. 


Então, na parada do almoço, ponha roupa de banho ou, se você for adepto ao nudismo, sinta-se à vontade.

Depois de muito sacolejo no caminhão, chega-se ao camping da Korubo. Eu nunca acampei e nem vou acampar. Lá não é um acampamento, apesar do nome. É um verdadeiro hotel diferenciado. As barracas têm cama [boa], vaso sanitário, pia e um espaço para as malas. O espaço é bem excelente. A comida que eles servem merece um capítulo a parte. Você acha que comida de mãe é boa? Precisa comer a comida de lá...




No segundo dia, após o café da manhã, saímos de canoa pelo Rio Novo. É super legal e seguro. Se você nunca canoou, não precisa ter medo. É fácil e uma delícia. Aquela paisagem toda e você lá deslizando sobre as águas. Até dá dó na hora que acaba. Importante! Sabia que o Rio Novo é um dos últimos do mundo com água potável?



Após o almoço, tem saída para as dunas e, se possível, leve um babador. Não vou me alongar sobre porque as fotos dizem por si. Retorno ao “camping”, jantar e cama.








No terceiro dia, tem saída pro Poço do Fervedouro que é uma nascente de água cercada por bananeiras e com fundo de areia branca. Por conta da pressão da água que nasce, é impossível afundar e a sensação é de flutuarmos nas águas. É bem divertido. E a água é morninha. 


Saindo de lá, fomos a um outro fervedouro que fica numa fazenda da Korubo. Almoçamos na fazenda e seguimos para a Cachoeira da Formiga. Bonita, mas ok! É que eu não sou dada à água. No retorno, paramos numa cidade chamada Mateiros para compra de artesanatos feitos com capim dourado. E ó! Nunca mais compro capim dourado que não seja lá. Uma bolsa que aqui custa R$ 200,00, lá custa R$ 20,00.

No quarto dia, fomos fazer a Trilha do Mirante da Serra, são 6km de andança. Nada muito pesado e nem muito leve, mas há casos de parada cardíaca no percurso. A gente sobe uma montanha que lá de cima dá uma vista panorâmica do Jalapão. De lá, também avistamos as Dunas visitadas no dia anterior. Da mesma maneira, não vou me estender porque é indescritível. Veja as fotos! Tá vendo aquela montanha ali? Vamos subir? 



No meio do caminho [repare que ao final da estradinha de terra, tem um carro. olha o tanto que se caminha]!



Chegamos. Olha o visual:


Vem pro Jalapão, gente!


Após, retorno ao “camping” almoço e tarde livre.

Último dia e hora de dizer adeus. Café e pé na estrada. Visita à Cachoeira da Velha, parada em Ponte Alta para almoço e Palmas.



Sobre a comida: nunca comi tão bem! Uma comida de-li-ci-o-sa. Comida de mãe, de vó, seja lá de quem você queira imaginar. Bem executada, simples e saborosíssima. O café é rico de frutas, pães, sucos, café, leite, chá, omelete e outras coisas que não me recordo. O almoço e jantar é sempre comida. Afinal, gastam-se um bocado de calorias por lá. Todo dia um cardápio, todo dia uma agradável surpresa. O melhor brigadeiro da vida, foi lá. Não tem Labecca, Marina, Maria Amélia, etc que concorra... Não tem!

Nos passeios que se estendem pela tarde, eles fornecem pequenos lanches como biscoito, sanduíches, sucos.

Ah! Uma parte importante: o banho! Para o banho, o banheiro é coletivo [homem separado de mulher, claro], mas super reservado e bem estruturado. O chuveiro é melhor que de qualquer hotel fino que já me hospedei. A água é aquecida e de uma temperatura que não dá vontade de nunca mais sair. É bem amplo e a luz que fica sobre o box é colorida. Além de tomar banho, faz uma terapia de cromoterapia.

Pelo que se paga [hotel em Palmas, todas as refeições, passeios, hospedagem no camping] eu acho que o preço é até barato. 

Considerações:
  • Descrevendo assim parecem que são poucos os passeios, mas não são. As distâncias são longas [do camping aos locais] e a estrada é muito, muito ruim. Então, leva-se um bom tempo no deslocamento. Leve um livro, mp3...
  • Não morra sem ir lá.
  • Reitero: não tenha preconceito por se chamar camping. É um hotel diferenciado.
  • Consideramos, Ju e eu, que lá é muito mais bonito e legal que o Safari que fizemos na África do Sul. Mas muito mais!
  • Não morra sem ir lá.
  • Considere levar uma roupa por dia, por exemplo, uma calça/bermuda/camiseta/meia para cada dia, porque os passeios nos deixam num estado de que não dá pra repetir a roupa.
  • Não morra sem ir lá.
  • Quando for, me chama! É capaz d’eu aceitar.
Até!"

Eu já era louca para conhecer o Jalapão, e minha loucura piorou.

Beijocas. Vanessa. 

10 comentários:

  1. Nunca tinha ouvido falar nesse lugar e agora estou louca para conhecer! Parece ser maravilhoso!

    Ah, adorei o blog!

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  2. Respostas
    1. ui! viu, déia, vc nem é tão caminhoneira assim :)
      sobre a roupa, bernardo, vc a deve tê-la deixado por lá mesmo, né?

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  3. vai ver que o bernardo não cai.
    a cada passo, eu levava um tombo e me sujava inteira
    =D

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  4. Muito bom o texto! Eu já tinha muita vontade de conhecer esse lugar, agora vou dar um jeito de tirar os EUA da cabeça da minha Vanessa para irmos lá! Abraço.

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    1. "minha Vanessa"..."tirar os EUA da cabeça".... é o Gustavo :)

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  5. A razão por não se afundar no fervedouro não é a pressão da água que sobe, é por causa da areia fina que fica no fundo, que quando misturada com água vira um líquido muito denso, mais denso que o corpo humano, logo...

    E outra coisa interessante é que essa mistura é um chamado "líquido não newtoneano". Se você aperta ele fica sólido, se relacha ele escorre.

    Who am I?

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  6. Achei engraçado viajarem em um caminhão e acamparem em um camping com cama. Rs
    Quando fui alugamos uma caminhonete em Palmas, fomos sem guia, montamos acampamento de verdade e cozinhamos nossa própria comida.

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