quinta-feira, 4 de julho de 2013

Peru - informações e impressões gerais. Junho/2013.

Pessoas,

acabamos de chegar de uma viagem de 15 dias ao Peru. A idéia inicial era fazer Lima, Cusco e Machu Picchu, e no início de maio. Pesquisando sobre roteiro e afins, descobri um monte de coisa bacana no Peru e o interesse por outros destinos foi nascendo, de maneira que o roteiro se estendeu à Lima, Nasca, Arequipa, Puno, Cusco, Vale Sagrado e Machu Picchu. Isso porque tive que retirar Ica e Paracas, porque realmente não cabia tudo em 15 dias de maneira minimamente confortável e eficiente.

A viagem do início de maio subiu no telhado (porque eu resolvi me alistar - leia-se, fazer cursinho e estudar seriamente) e aí surgiu uma oportunidade de ir em meados de junho. Resolvemos ir quase perto da partida e ainda em meio a um período atribulado e sem tempo, o que resultou num planejamento rápido e, claro, com falhas. Elegi três blogs (Sundaycooks, Turomaquia e Nós no Mundo) e um site oficial de turismo do Peru (Go 2 Peru) para serem minha base de pesquisa e, através deles, escolhi as agências de turismo onde contrataria tours. 

Contratar tours, logo eu que tenho certo pavor de agências de turismo??? Sim, pessoas! Por duas razões. Primeiro porque tem passeios que fazer por agências é a melhor opção. Segundo, lembram que eu estava sem tempo ao planejar a viagem? Se você não tem tempo, uma das  saída é "terceirizar para não pensar (e, obviamente, pagar por isso)". Ou seria apenas ajustar a quantidade de dias em cada local, reservar hotel e deixar pra ver o resto por lá. Só que, talvez vocês não saibam, um dos meus sobrenomes é precaução. E, indo em alta temporada, eu não teria estabilidade emocional para ir sem tudo reservado e bem ajustado. Certeza que ficaria noites sem dormir. 

Para vocês terem noção do meu grau de perdida ao planejar a viagem, eu solicitei ao hotel de Águas Calientes um transfer da estação de ônibus ao hotel. Quem conhece a cidade está gargalhando de mim. Pode continuar :-) O hotel foi muito gentil e simpático ao responder que a cidade era minúscula e que não havia táxis e carros por lá. Mas que poderia me esperar na estação de ônibus caso eu me sentisse melhor. Recusei e aceitei o mapa com as instruções de como chegar ao hotel.

Volto com a impressão de que tanta precaução não seria necessária, mesmo indo em alta temporada. Claro que hotel e entrada em Machu Picchu têm que ser reservados antes. Pra você saber para onde vai quando chega e para não perder a grande estrela da viagem. Mas os tours, definitivamente, não precisam, a não ser que você queira fazer por uma empresa específica. Todas as cidades que passamos tem o turismo como ponto muito forte da economia, então o que não faltam são agências espalhadas por todos os cantos oferecendo tours, além daqueles ônibus turísticos de dois andares com rotas pelos principais locais.  E talvez nem as passagens de ônibus e trem. Vi muita gente comprando lá na hora. Mas, isso, não arriscaria mesmo, porque ter horários pré definidos é útil em viagens. Além do mais, se lá você perceber que outro horário seria melhor, dá para trocar a passagem, como fizemos com nossa ida de Ollantaytambo até Águas Calientes. Tendo vagas, você consegue trocar facilmente.

Outra coisa: a maioria das agências mais bem faladas e que te respondem os e-mails rápido cobram tudo em dóllar. Nem parece que a moeda oficial do peru é o Nuevo Sol. E exigem pagamento antecipado. Isso de só reservar quase não existe. E o pior de tudo, na minha opinião: usando o Western Union. Eu nunca tinha ouvido falar dessa forma de pagamento. Quando fui atrás, descobri que tem umas taxas, claro,  pagas por quem envia o dinheiro. Além de que, teria que ir até uma agência autorizada para fazer um depósito. Eu não vou ao banco nem para pagar minhas contas. Internet é vida! Desisti de algumas agências por conta disso (vou contar com detalhes nos posts específicos de cada passeio). O mínimo que eu espero de um prestador de serviço é que ele facilite a minha vida. Por que não usam Paypal, que é coisa linda??? 

Nosso roteiro foi: 
  • Brasília - Lima (milhas da TAM)
  • Lima - 4 noites 
  • Nasca - pegamos um ônibus em Lima numa sexta-feira 07h da matina, chegamos em Nasca umas 14h30, fizemos o sobrevôo nas linhas de Nasca, e na noite do mesmo dia partimos para Arequipa de ônibus às 22h, chegando em Arequipa 08h da manhã seguinte
  • Arequipa - 2 noites
  • Tour no Colca Canyon - sai de Arequipa umas 08hs, pernoita em Chivay ou arredores e no dia seguinte termina de volta em Arequipa ou segue para Puno, que foi nossa opção
  • Puno - 2 noites
  • Cusco - 2 noites
  • Ollantaytambo - 1 noite
  • Águas Caliente - 1 noite
  • Cusco - 1 noite
  • Cusco - Lima (trecho comprado pela Taca) e Lima- Brasília (minhas da TAM)
Só usamos avião para chegar e sair do Peru. Lá dentro, apenas ônibus. Recomendo muito! As estradas são boas e os ônibus bastante confortáveis. Servem bebidas, lanches e tem sempre uma pessoa a disposição os passageiros. Os da Cruz del Sur têm travesseiro, coberta decente (dá vontade de furtar!), wifi e todos os ônibus são monitorados por GPS, por questões de segurança. Além de que, há vários trechos entre as  cidades que são feitos por ônibus turísticos com paradas estratégicas. Daí, além de fazer deslocamento,  também se está conhecendo lugares.


Sobre o Peru. É lindo!!! Merece muito uma visita. As pessoas são simpáticas, educadas e prestativas (menos os motoristas de trânsito, que buzinam mais do que bebem Inca Kola - refrigerante mais consumido que a Coca-Cola no país). A COMIDA É MARAVILHOSA E BARATA. Nos sentimos seguros todo o tempo, nas zonas turísticas e bem faladas, claro. Táxi é de graça (convém, inclusive, desconsiderar os transfers dos hotéis, especialmente nas cidades pequenas como Puno, Arequipa, Cusco).  As paisagens são arrebatadoras. A arquitetura nas cidades é belíssima, com influências espanholas. Tem hora que você jura que tá na Europa. Têm catedrais imensas e de tirar o fôlego. Dá pra achar lembranças bacanas por preços irrisórios. Já disse que a comida é maravilhosa? 

Degustação de ceviches no La Mar, em Lima. Fantástico!

Além de disso, os incas eram criaturas impressionantes! Se você entende de arquitetura e engenharia, faça o favor de não deixar de visitar aquelas cidades e templos construídos há séculos e já com arquitetura e engenharia avançadas. Tenho certeza absoluta que vai se encantar.

Uma coisa que me incomodou bastante é a falta de proteção aos monumentos e construções antigas, e também de proteção à vida de quem anda por ali. Com exceção de Machu Picchu, onde há guardas de olho o tempo todo, todas as outras atrações ficam a mercê da boa vontade dos turistas e guias. Não há cordas de proteção para impedir que as pessoas caiam de alturas bem altas, e nem que impeçam o turista de pisar onde não deve. Parte das linhas de Nasca, por exemplo, fica na beira de uma rodovia e de um observatório (opção para quem não quer fazer o vôo), e qualquer pessoa pode ir lá pisar no desenho de árvores e de mãos, como se pode ver no mapa abaixo.

Essa linha preta que cruza os desenhos é a rodovia Panamericana, uma das maiores do país. Praticamente no "topo" do desenho de árvore há um observatório.

O que não é bom? A altitude. Olha, falta ar. Mesmo. Metade da viagem, me sentia como uma velha fumante. Fora o  sorache, o famoso mal das alturas. Mas vale a pena. Na época que fomos, também o frio e a seca. Eu já não reclamava da seca de Brasília, agora que sei o que é seca com frio de verdade, que não reclamo mesmo. Perdi mais sangue pelo nariz do que jamais perdi na vida desde os 12 anos por conta do meu duplo cromossomo X. Mas vale a pena. 

No canion Colca.
Quanto aos vinhos peruanos, nem os premiuns da vida eram bons. Vá de pisco sour (e suas divinas variações), ou fique com os vinhos argentinos e chilenos. Ou com a Inca Kola. Ou com a Cusqueña. E tudo valerá a pena :-)

Piscopolitan. Delícioso, bem menos doce que o tradicional Cosmopolitan. Também no La Mar, em Lima.
Quanto aos restaurantes, sinto dizer que não descobrimos nada de novo nessa viagem. Ficamos completamente reféns do TripAdvisor e tô pensando em continuar assim pelo resto da vida. Ele é muito sabido!!!

Sobre nosso roteiro, deixaria Puno de fora. Não achei que valeu o tempo, o dinheiro e o frio daquela cidade. Eu iria de Arequipa direto para Cusco. Também não ficaria uma noite em Ollantaytambo, como fizemos. Pegaria um tour de dia todo pelo Vale Sagrado começando em Cusco e terminando em Ollantaytambo e, no mesmo dia pela noite, pegaria o trem para Águas Calientes (e apenas esse dia faria com guia privado, ao invés de fazer os 3 dias de tour privado em Cusco e Vale Sagrado). Ah, e se você tiver apenas uns 5 dias sobrando, vá direito para Cusco, passe pelo Vale Sagrado até Ollantaytambo e conheça Machu Picchu. Juro que vale a pena ir lá e conhecer só esse trechinho!

Ah, em Lima comprei um chip da Movistar, que custou 15 soles e, com mais 40 soles, coloquei 500 mega de crédito para 3G. Acho que é um bom valor para ter internet durante a viagem, resolver perrengues e ser feliz buscando dicas e usando o GPS quando necessário. Eu gosto. Duraria a viagem toda, se eu não tivesse esquecido de cancelar o upload automático de fotos do Google +. Ódio mortal de mim mesma.

Sim, eles comem  porquinho-da-índia mesmo, e com frequência, e mastigam folhas de coca. Há tanto por todos os lados que peguei abuso do cheiro.

Entre nos mercados e quitandas. Prove frutas diferentes. Isso faz parte da diversão.

Basicamente, é isso. Vou fazer posts de cada parte da viagem, conforme o roteiro acima, contando as experiências com agências, tours, hóteis e tudo mais. Mas pode ir programando sua ida ao Peru. E legal demais da conta!

No topo da Huayna Picchu, com Machu Picchu ao fundo. Sim, vale a pena o esforço para chegar até lá.

Beijocas. Vanessa.

Um comentário:

  1. Adoreeei a resenha! kkk Na expectativa dos próximos posts dessa viagem! =D

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