quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Monte Koya - Koyasan - Abril/2014

Pessoas,

Hiroshima foi nosso ultimo bate e volta partindo de Osaka. Antes de pousar em Tóquio, passamos uma noite no Monte Koya, num templo budista, para ter a experiência de "viver como os monges".

Foi uma experiência legal e vale a pena incluir no roteiro pelo Japão se você tiver com tempo confortável para as cidades grandes e obrigatórias.

O Monte Koya fica na cidade de Koyasan e lá existem vários templos budistas que recebem turistas. A idéia é meditar, comer comida vegetariana, tomar banhos coletivos, dormir em tatame, madrugar para meditar, tomar café da manhã e ir embora. Por mim, uma diária é mais que suficiente, mas, para quem curte essas paradas, rola de ficar mais dias. 

Para os japoneses, o Monte Koya é uma montanha sagrada e é a sede do principal ramo da escola Shingon do budismo japonês. Por lá, existe uma universidade para estudos religiosos e mais de 120 templos, que recebem turistas e também budistas em peregrinação. Foi declarado patrimônio mundial pela Unesco em 2004.

Não é possível chegar no Monte Koya usando somente o JR Pass. Quando você fizer a reserva, provavelmente receberá um roteirinho detalhado de como chegar ao seu. Ou o Google te explicará, com detalhes minuciosos. Acredite em mim. Mas, basicamente, você deve chegar na estação Gokurakubashi, que fica na base da montanha. Depois, um teleférico leva até o cume da montanha. E depois você pega um ônibus até a porta do seu templo (leve o nome do templo por escrito que os motoristas são super solícitos em ajudar e informar onde você deve descer.). Como partimos de Osaka, que é mais perto, levamos umas 2 horas para chegar. Quem vai de Tóquio demora mais porque tem que fazer também o trecho de Tóquio até Osaka.


Uma das fofas estações de trem no caminho.
A gente ficou no Regenjo-in e fizemos a reserva pelo site Japanese Guest House. Por esse site, você pode pesquisar e reservar estadias em várias partes do Japão. A diária para duas pessoas com alimentação incluída custou cerca de 280 dólares. O templo é bonito e tem boas instalações. Recomendo.



Logo na entrada, existe um local para deixar os nossos sapatos.  Você só os coloca de volta se for sair. Dentro do templo, jamais. Somente os chinelos de couro fornecidos pelo templo. Pra ir ao banheiro, troca de chinelo de novo. E acho que é de bom tom não entrar no quarto nem com o tal chinelo do templo. As pessoas sempre deixavam os chinelos na entrada do quarto.





O quarto é bem legal. Espaçoso, bem decoradinho. Tem uma mesinha com aquecimento ótima para sentar, tomar um chá e ler um livro. Ou verificar seus e-mails, já que tem wifi. Problemas: a “parede” que o separa do quarto ao lado é uma fina porta de madeira. Ou seja, se ouve tudinho de o dó.



Essa mesinha e as cadeira são mega confortáveis. Quentinha embaixo, encosto bom. Foi difícil sair dali.






Diversão.


O check in foi às 15h, e o check out às 09h. No check in, fomos recebidos por dois aprendizes de monges. Foi engraçado. Eles não falavam inglês, então a mímica reinou. E a cada frase falada/demonstrada, eles faziam uma reverência de agradecimento. Eu digo que foi engraçado agora que já passou, mas na hora fiquei impaciente que só.


regras da casa e meu nome em japonês.
Nos quartos, não há TV e nem banheiro. Para TV, há uma sala coletiva. Já o banheiro, para fazer o número 1 e o número 2, tem um banheiro fora do quarto com sanitários. Bem limpinho e com os maravilhosos assentos aquecidos. Para banho, só o coletivo, que é todo mundo do mesmo sexo junto, bem ao estilo japonês. Contarei detalhes mais a frente.

Como chegamos bem antes das 15hs, fizemos check in, deixamos as malas e fomos conhecer a pequena cidade. É bonitinha e tem coisas interessantes, como templos e um cemitério bem lindo, que está sempre na lista dos mais bonitos do mundo: o Okunoin.

Almoçamos num restaurante tipicamente japonês na rua principal da cidade. Comida bem gostosa. E, claro, provamos uma cerveja japonesa puro malte.















O Okunoin é o maior cemitério do Japão e pode ser considerado um templo de meditação. Há milhares de esculturas do Buda, muitas árvores imensas que propiciam sombra fresca, mausoléus fantásticos. E alguns curiosos, como o da Panasonic (?!?). Caminhar na calçada que corta o cemitério é muito agradável!













Ao fim da calçada, de uns 2 km, está o templo que abriga o mausoléu do fundador da seita budista Shingon, Kobo Daishi. Há muitos peregrinos, fiéis, monges e turistas por ali. Muita gente acredita que ele não está morto, mas em meditação eterna desde 835.



Tínhamos que estar no templo às 17hs, para o momento da meditação guiada (em japonês) por um monge budista. Assim fizemos.

Olha, o Vinicius entrou de cabeça na meditação. Eu não. Estava muito frio e posição era bastante desconfortável, sentado sem encosto. E eu também sou muito curiosa, né? O local da meditação era lindo, todo ornamentado, e o monge estava com vestes típicas. Por tudo isso, eu preferi ficar de olhos abertos observando tudo. Durou quase uma hora.

Depois da meditação, o jantar. É, cedo assim. Todos vamos para a sala de jantar e é lugar marcado. A comida, vegetariana, foi muito melhor que eu esperava. Apresentação e sabor nota 10! Durante o jantar, a esposa do monge que fundou o templo nos contou sobre a história do local. Isso tá me soando estranho agora, achava que monge nem casava, mas acho que era isso mesmo. Enfim, ela era esposa de quem fundou o templo.







Depois da janta, banho. Eu estava meio decidida a pular esse banho coletivo. Mas depois da janta dei uma animada e resolvi conferir. Não, não tinha vinho nem cerveja no templo.

Quando voltamos da janta, os tatames já estavam estendidos no quarto.



Sobre o banho. No quarto tinha um roupão e uma toalha de rosto. Vesti o roupão e peguei a toalha de rosto, jurando que no local do banho haveria toalha de banho. Mas não tinha. Deveria ter levado a minha. Acho que não fui avisada disso. Paciência. 

No salão de banho, há vários bancos ao lado de chuveirinhos para você se lavar. Tinha também sabonete, shampoo e condicionador bem decentes. Ao lado, há uma jacuzzi com água super quente para o banho de imersão. Só pode entrar na jacuzzi depois de se lavar, porque ela é compartilhada.


Esse é o banheiro. Você pega um banquinho, senta na frente do chuveiro e se lava. A bacia pode ajudar. Depois, entra na banheira.
Como estava muito frio, ficar submersa naquela água quente foi delicioso. Melhor ainda foi fazer isso batendo papo com as outras turistas. Tinha gente da Alemanha, Canadá, França e um japonesa. A conversa só não rendeu mais porque o local vai ficando muito quente e abafado, tipo sauna, e a minha pressão começou a baixar.

Voltei para o quarto e o Vinicius já estava lá. Disse que, no banho dos homens, ninguém falava nada. Um bando de macho calado e meio constrangido J

Depois do banho, dormir, porque às 06 da matina tocaria o sinal para a meditação antes do café da manhã.

Essa meditação eu pulei. Tava um frio do caramba e eu tinha dormido mal, porque aquele tatame é duro e o aquecedor desligou no meio da noite.

Vinicius foi meditar (leva jeito pra coisa). Depois, café da manhã, vegetariano, bem apresentado e gostoso.




O Monte Koya está localizado a 800m de altitude. Ou seja, é frio. Tinha bastante gelo nas ruas quando estávamos por lá. Convém levar agasalho.


Essa parte branca é gelo!
Pra quem quiser conhecer a cidade sem pernoitar, só para ver o cemitério e o templo ao final dele, ao lado do local de informações turísticas há armários para deixar mochilas. Também é possível alugar bicicletas.

Depois do café de manhã, pegamos o rumo de Tóquio que, já adianto, é sen.sa.ci.o.nal.


Bonde que faz o trajeto entre a base e o cume da montanha.

Fila para pegar o trem bala.


A felicidade de andar de novo de trem bala. Dica: ligue o waze ou outro GPS e verifique a velocidade do trem :-)
Beijocas. Vanessa.

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