domingo, 8 de março de 2015

Como sobreviver com dignidade a um festival de cerveja.

Pessoas, 

o Festival Brasileiro da Cerveja de 2015 tá aí! De 11 a 14 de março, a Vila Germânica em Blumenau vai receber novamente o melhor festival de cerveja do Brasil.



Fomos em 2012, me arrependo de não ter ido em 2013, voltamos em 2014 e esse ano vamos de novo. Olha, é muita alegria! 



As principais cervejarias do país aparecem por lá, e sempre com novidades. Tem música boa, tem concurso de cervejas (esse ano, haverá 874 rótulos de 136 cervejarias diferentes, pensa na grandeza disso!), tem encontro dos amigos de Brasília que zarpam pra lá também. São dias de estudo, confraternização, celebração, degustação, conhecimento, aprofundamento, descobertas, novas amizades e, claro, sem hipocrisia, muita bebedeira.


Sempre tirando foto com o urso da Colorado.
 
Dessa vez, agarrei de vez!

A lista de expositores é infinita. Mais infinita ainda são as opções de cervejas. Por causa de tantos superlativos relacionados ao festival, eu andei pensando em um humilde manual de sobrevivência.

A idéia do manual surgiu no Mondial de La Bière, no Rio de Janeiro, ano passado. Eu, Vinicius e Hilmar estávamos relembrando os perrengues que já passamos pelos festivais de cerveja por aí e achamos válida a idéia de colocar as ações preventivas todas num papel e levar embaixo do braço como um guia. Porque, meu amigo, depois que você já começou a beber e passa a se achar o super-homem (eu, a mulher maravilha), esquece. A coisa desanda.

Então, segue as dicas do nosso manual, quase todo baseado em experiência próprias:
  • A primeira é tão óbvia que não pode deixar de integrar um manual de sobrevivência em eventos cervejeiros: pegue um táxi. Não vá inventar de dirigir bêbado que dá merda. Sabe aquela história de que não se faz amigos bebendo leite, mas bebendo cerveja? Então, convoca essa galera pra ir junto e racha o táxi. E lembre-se de já deixar separado o dinheiro do táxi da volta
  • Se o festival for fora da sua cidade, escolha um hotel próximo ao local do evento. Ainda que o preço seja um pouco maior, o ganho de tempo e a praticidade compensam. Além de que, dependendo do tamanho do festival, os hotéis próximos ficam lotados de gente do festival (expositores ou bebedores). 
  • Lembre-se de deixar a cama já preparada para te receber na volta. Com travesseiro, fronha, lençol, coberta, pijamas e tudo mais que você precisa para dormir. Vai que você não tenha condições nem achar o lençol? Vai que o seu edredom ficou no armário do quarto ao lado e, quando você se dá conta disso, seus amigos já capotaram, você não consegue pegá-lo mais e tem que dormir embolado numa toalha úmida porque é o único pano que você tem pra jogar em cima do corpo? Acontece. Tem que deixar tudo a vista porque bêbado não tem rumo.
  • Pesquise no Foursquare, Kekanto ou pergunte aos locais e tenha em mente algum local para comer depois. Isso pode ser a gota d'agua da sua dignidade no dia seguinte. Um restaurante no caminho entre o local do festival e o hotel/casa facilita a vida e não onera demais a saída.
  • Além de se preocupar em comer depois, lembre-se de comer muito bem no dia do festival. Pela experiência geral, quanto mais alimentado estiver, mais devagar a bebedeira chega.
  • Um Engov antes do festival e outro antes de dormir (ou qualquer remédio contra ressaca que esteja acostumado). Esse item eu sempre esqueço! Dessa vez, vou deixar um Engov em cima do travesseiro pra não esquecer de tomar antes de dormir.
  • Outra dica básica e certeira: beba muita água. Ela é a melhor amiga do cervejeiro. Eu sei que é difícil, depois de certa hora nem lembro que água existe e, se bebo demais, não saio do banheiro. Mas, que ela salva dias seguintes, salva.
  • Uma idéia bem legal é combinar a ida ao festival com algum roteiro turístico bacana. Em 2012, fizemos um roteiro bacana pelo sul do país e finalizamos em Blumenau para curtir o festival. Ano passado, 2014, fomos passear pelas cidades históricas de Minas e terminamos a viagem em Ribeirão Preto, para curtir o IPA Day. Quem sabe ano que vem a gente não faça um passeio pelas Serras Fluminenses e Região dos Lagos antes de se acabar no Mondial de la Bière?
  • A dica mais importante de todas: tenha estratégia. Isso significa analisar previamente todas as opções de cerveja do festival e eleger as suas prioridades, fazendo uma lista por teor alcoólico, amargor, e seguindo, na medida do possível, a listinha. São milhares de cervejas, um monte de novidades e muita empolgação envolvida. Sem estratégia, você vai acabar deixando de beber algo que queria muito provar , deixar de conhecer novidades incríveis e talvez beber demais de algum tipo que nem faria tanta questão.
Essa foto é para provar a questão da empolgação: eu e Dani compramos roupas de alemãs ano passado!
  • Outro ponto importante decorrente da estratégia: tirar fotos, anotar ou gravar em áudio as impressões de cada cerveja. Depois de matar 15 novidades em uma noite, é difícil saber exatamente o que você achou de X ou Y.
  • Passe uma água no copo entre cada cerveja. Apesar do clima de festa, você estará tomando o que há de melhor na região. E aproveite para beber água.
  • Se der (e se quiser), leve seu próprio copo. Os de metal, com alça para carregar, são bem interessantes.
  • Se a Bodebrown estiver expondo (e você não pode deixar de passar lá), chegue cedo e vá logo nela. As filas são sempre grandes e ela acaba rápido. Tudo isso porque eles são os melhores :-) E, de quebra, tem também os menores preços do festival.

Tietando o ídolo :-)

  • Dê especial atenção às nanocervejarias e se divirta conversando com os donos. Você corre o risco de estar conversando com um futuro rei da cerveja brasileira. E eles sempre ficam muito felizes com isso. Além de que a troca de informações é valiosa.
  • Não perca tempo tomando cervejas que você acha com relativa facilidade em mercado, a não ser que haja algum motivo muito especial (como ela estar em chopp e super fresca). Mas se tiver que escolher entre a sua amada Vixnu e uma outra IPA que vc nunca ouviu falar, vá na novidade. Essa dica é do tipo "faça o que eu digo, não faça o que eu faço", que é quase nunca resistir à Vixnu :-)
  • Na linha do que foi dito acima, tomar Duff ou Heineken em festival de cerveja é coisa de caipira :-P
  • Dicas para meninas: convém levar papel higiênico/lenço caso aconteça de não ter papel logo na sua vez. E também absorvente. Ainda que você seja reguladinha, existe uma certa relação entre aspirina (presente no Engov) e pequenos sangramentos inesperados :-P
  • Pense bem na roupa. Ela deve ser confortável, fácil de tirar para usar o banheiro, sapatos macios para passar boas horas em pé. Para mulheres, nada de salto ou coisa assim, isso não combina com cerveja. Para homens, bermudão e tênis. Mochilas pequenas são ótimas, porque são fáceis de carregar e você já terá onde guardar eventuais compras sem ocupar as mãos com sacolas. Eu acho que é legal também ter bolsos acessíveis, para celular, dinheiro, documentos e tals. Lembre-se que uma das suas mãos estará, necessariamente, ocupada segurando um copo de cerveja.
  • Não que o que vou falar agora não deva ser aplicado a qualquer evento que você, querido leitor masculino, vá, mas festival de cerveja é um ambiente majoritariamente masculino e as mulheres em regra estão acompanhadas. Beber pacas e sair tentado pegar o que aparecer pela frente é caminho quase certo pra ir dormir de olho roxo. Não é carnaval, ok? (e nem que fosse, né? A comparação é só para que me entendam de forma clara).
  • Por fim, se alguém insinuar que vc é um alcoólatra, diga que ele errou a definição. Você é um estudioso do álcool, portanto é um alcoólogo.
É basicamente isso. Aceito sugestões para incrementar o manual.

Sobre a questão da estratégica, para o Festival Brasileiro da Cerveja de 2015 eu pretendo focar nas sessions, cervejas com baixo teor de álcool. Já provei ótimos exemplares do tipo e amo a gostosura geralmente lupulada delas combinada com menor quantidade de álcool. E também darei uma boa estudada nas, nada mais, nada menos, 27 opções de chope que a Bodebrown vai levar esse ano. Adoro esse povo que não brinca em serviço.

A gente se vê!

Beijocas. Vanessa.

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