quinta-feira, 31 de março de 2022

Manaus e Floresta Amazônica - Novembro 2021, com criança de 4 anos.

Lia, 

em novembro de 2021 nós três embarcamos para uma viagem muito especial pelo estado do Amazonas. Visitamos a capital, Manaus, e passamos uns dia em um hotel na selva, chamado Anavilhanas Jungle Lodge. A mamãe e o papai já haviam feito uma viagem parecida, em 2008. Na época, nos hospedamos no hotel Ariau e a experiência foi incrível. A gente estava louco para levar você pra floresta, navegar pelo Rio Negro, ver de perto aquelas árvores imensas e milenares, os bichos, as folhas.

Para nos preparar para a viagem, lemos e relemos o livro Diário de Pilar na Amazônia. Embarcamos com a Pilar na rede mágica e passeamos pelas páginas do livro por lugares onde passearíamos em breve de verdade! Além da Pilar na nossa imaginação, levamos conosco a Iara, sereia do rio. 

Olha a Iara aí sentadinha do seu lado, Lilica.

Foi uma viagem curtinha no final de novembro, de domingo a sexta. Curta, mas revigorante! Voamos de Latam, vôos diretos e chegamos em Manaus no domingo de manhã. O aeroporto de Manaus é longe do centro, onde nos hospedaríamos. Foi uma dificuldade para encontrar um Uber (cancelavam a corrida toda hora) e acabamos pegando um táxi, que queria nos cobrar um valor muito superior (tipo o triplo) do valor do Uber. Reclamamos e fomos pelo taxímetro. Ainda assim foi o dobro do valor do Uber.

O hotel escolhido pela mamãe era bem ruim, o Sleep Inn Manaus. Tudo bem que foi uma noite só, mas foi uma noite mal dormida: a cama era desconfortável, o ar condicionado era super barulhento e em cima da cama, ficamos no primeiro andar, bem atrás de um poste de luz e de frente pra avenida também barulhenta. Para piorar, a reserva indicava que havia 2 camas de solteira extragrandes, mas nos deram um quarto com cama de casal regular. resultado: tivemos que pagar uma cama extra, que foi uns R$ 80, o que praticamente acabou com a economia pela escolha esse hotel (R$ 170 a diária - barato em relação aos outros hotéis da cidade com avaliações similares. Acho que demos azar com o quarto mesmo).  A localização não é das melhores para quem pretende explorar o centro de Manaus. 

Deixamos tudo no hotel e fomos de Uber para o centro, almoçar no Caxiri, com atendimento maravilhoso, comida maravilhosa e vista também maravilhosa do Teatro Amazonas. 

Iniciamos aqui uma comilança de tambaqui que durou a viagem toda. Uma delícia!






Depois do almoço, de barriga cheia e com um calor muito calorento, fomos até o Teatro Amazonas e, como o tempo abriu, resolvemos ir ao Musa - Museu da Amazônia. O Musa fica localizado da Reserva Florestal  Adolpho Ducke e por lá a gente encontra exposições, viveiros, lagos, aquários, trilhas, observatório. Como para fazer as trilhas precisa de sapato fechado, tivemos que passar no hotel rapidinho ante, o que fez com que chegássemos meio tarde ao museu e fizemos apenas a trilha que leva até a torre de observação.

uma das trilhas do Musa
Do alto da torre de observação

A torre tem 42 metros de altura e 243 degraus até o topo. Filha, você subiu que nem um touro! Subia, subia e não parava. Lá de cima, a vista é incrível. Floresta a perder de vista! Na descida, você foi contando os degraus, contando história, cumprimentando todo mundo, não parava de falar. Quando chegamos de volta à trilha, saiu correndo como se não houvesse amanhã. Dica aos leitores: o Musa tem botas de borracha para alugar para quem precisar. Tem visitas guiadas para quem quiser programar. 

Sumaúma no Musa

Do Musa, pegamos um Uber (com muita dificuldade!) até o shopping Manauara. Que shopping lindo, arquitetura diferentona, parece um navio. Por lá andamos, tomamos sorvete, jantamos e rimos muito de você, filha. Isso porque teve uma hora que olhei pro seu pé e você estava com apenas um dos chinelos. Tipo, o chinelo saiu do seu pé e você continuou andando normalmente, sem se abalar. Fizemos o caminho de volta e achamos o chinelo perdido mas, nossa, como a mamãe queria viver no seu mundo! ahahah Você tá numa fase tão legal, super curiosa, precisa tocar em tudo, engrandece nossas viagens!

Voltamos pro nosso hotel de Uber, que foi ouvindo um podcast com altos palavrões, nem se importando que havia criança no carro, affff. Chegamos, banhamos e dormimos (nas condições já descritas acima).

No dia seguinte, segunda pela manhã, fomos para o Anavilhanas. Eles trabalham com pacote fechado com translado a partir de Manaus, refeições e passeios. Os translados de e para Manaus tem horários pelas manhã e à tarde. O ideal é pernoitar em Manaus e pegar o translado da manhã na ida e de tarde na volta, assim já dá pra curtir as atividades do hotel na tarde do dia de chegada e de manhã no dia da saída. Foi o que fizemos. A van nos buscou por volta das 08h e a duração da viagem até o Anavilhanas é de 02h45m e você deve ter dormido pelo menos na metade do caminho. Tem uma parada na metade do percurso para banheiro e um café. A van não tinha caderinha de criança, mas teve uma sacolinha com máscara, água e folhetos explicativos sobre a amazônia.

Você e a Iara prontas para a viagem de Manaus até o Anavilhanas. Iara tinhas altas expectativas.

O Anavilhanas é um hotel muito confortável e que mima muito os hóspedes. Logo que chegamos, fomos recebidos com suco fresquíssimo de cupuaçu, amendoim e banana desidratada. Um funcionário nos explica em detalhes a nossa programação (que recebemos impressa) pelos próximos dias, tira dúvidas, dá boas-vidas. Todos os passeios são acompanhados de guias, que são locais, quase todos moradores de Novo Airão. Os guias são uma atração do hotel também. Eles são muito gentis, educados, sabidos e cheios de histórias incríveis. É gente que na infância criava onça em casa. Fazem todo o possível para nos agradar. 

Os passeios são organizados de forma a agrupar famílias/grupos com características em comuns. Quase sempre, as famílias com crianças são colocadas juntas. Na nossa temporada, os passeios eram com no máximo duas famílias juntas. Muito tranquilo. O tempo dos passeios é de umas duas horas, no máximo. Dá tempo de curtir o hotel, a piscina, o bar molhado, o Rio Negro.

Todo mundo ganha também uma garrafinha de água e o hotel disponibiliza uma fonte de água potável para que ninguém desidrate de tanto suar. Nossa rotina todos os dias foi, basicamente, tomar café da manhã umas 08h, passeio perto de 10h, almoço umas 12h30, passeio de novo umas 15h. É tranquilo, é pra relaxar, descansar, curtir, contemplar. Inclusive pela falta dos mosquitos, já que a acidez das águas do Rio Negro torna a região desinteressantes para os malditos insetos voadores.


Na área da recepção tem uma rede. Mas é claro que você pulou na rede e imitou a Pilar! ahahah Rede mágica, me leva que eu vou.... Foi tão legal!

Aqui é onde abastecíamos a nossa garrafinha de água.

Na salona onde fica a recepção, tem um biblioteca, área de jogos, espaço para os hóspedes aguardarem ou apenas curtirem

Aqui é de onde partem os passeios, com o bar molhado ao fundo e o Rio Nego todo à nossa disposição.

Caminho até nosso chalé.

Ficamos hospedados na acomodação do tipo chalé. Muito aconchegante, espaçosa, ótimas roupas de cama e toalhas, roupão, produtos de banheiro delicinha, varanda (com rede) e banheiro com teto de vidro para a gente realmente se sentir dentro da floresta. 





Cada acomodação é representada por um bicho. O nosso era o jabuti. Aí, nossa mesa para refeições no restaurante também era identificada por um jabuti. De mimo, o hotel presenteia os hóspedes com uma miniatura do bicho em madeira. E assim nasceu a família dos jabutis, filha. Você todo dia levava seu jabuti pequeno para a mesa de refeições, juntava com o jabuti grande e dali surgiram muitas histórias <3

As refeições, café da manhã, almoço e janta, são todas a la carte e deliciosas. Água é a vontade. Suco tá incluído no café da manhã. Cardápio variado, comida linda, farta, pode repetir, pedir um de cada, pedir de novo e mais uma vez. Comemos muito! E bebemos pouco, por motivo de que bebidas alcóolicas são caras com força. Fica aqui o registro de uma crítica: nada justifica preços tão abusivos para hóspedes que já pagaram muito para estarem ali. Uma taça de vinho por R$ 56 não é razoável. A meia garrafa de vinho mais em conta custava R$ 98. A garrafa inteira, R$ 198 (um Alamos Torrontes). A cerveja long neck uns R$ 20. 

No dia da chegada, então, depois de nos acomodar e nos situar pelo hotel, fomos almoçar. Localizamos nossa mesa do jabuti e nos entregamos a tortura do que escolher para comer. O cardápio tem umas 4 ou 5 opções de cada passo (entrada, prato principal e sobremesa) e quase todas com ingredientes locais. Tem também opções mais corriqueiras, que eles chamam de confort food, que é tipo macarrão,  batata frita, arroz, feijão. 

O cardápio de um dos dias. As entradas e os principais mudam todos os dias. Já a parte de confort food foi a mesma.

Nosso primeiro passeio foi uma caminhada mata adentro. Como o papai não tinha levado calça,  emprestaram uma pra ele. Para todos os hóspedes são entregue também coletes salva vidas (pois todos os tours são inicialmente de barco), e, dependendo da atividade, proteção para as pernas e pés. 



O guia vai nos mostrando de tudo na floresta, dá dicas de sobrevivência, mostra plantas medicinais. Você curtiu demais, filha! Só queria ir atrás do guia, perguntava,  repetia e não deixou nenhuma oportunidade pra trás. Tinha cipó para se pendurar? Tinha e você se pendurou. Tinha larva pra comer? Tinha, e vocé comeu! Tinha seiva de árvores para provar? Tinha, e você provou! Encara tudo! Quase no finalzinho da caminhada, você reclamou de cansaço e ganhou colo do guia! 



Larva que provamos. tem gosto de leite vegetal (amêndoas, coco). Não tem como achar ruim.




Voltamos pro hotel, tomamos banho, fomos jantar e você capotou antes mesmo de voltarmos pro quarto. 

No segundo dia, depois do café da manhã maravilhoso, pela manhã fizemos novamente caminhada na mata, fomos numa ilha do arquipélago de Anavilhanas. Foi um passeio bem parecido com o do dia anterior, mas vimos novas árvores, árvores gigantes. novas histórias, a mata nessa ilha parecia um pouco mais aberta. Vimos um bicho preguiça bebê na copa de uma árvore e botos e jacarés no caminho de volta. 







Jacaré que avistamos no caminho de volta. Nesse vídeo dá pra ver o tamanho dele!

A beleza desse Rio Negro, filha.

Voltamos a tempo de curtir um mergulho no Rio Negro e de curtir a piscina antes do almoço. Iara finalmente entrou na água! Teve almoço e cochilo. 



À tarde  fomos visitar a comunidade Tiririca, uma das várias comunidades ribeirinhas que vivem por ali. Foi legal, teve seu encanto e é sempre valioso ter contato com pessoas com vidas tão diferentes, tão restritas em alguns aspectos, mas muito abonadas em outros. Você parecia em casa, filha. Balançou no balanço, viu arara, viu pé de açaí, comeu flor de jambu e ficou com  a boca dormente. Topa tudo!





açaizeiro

jambu


À noite, tivemos um passeio incrível: a focagem noturna de animais na floresta. É impressionante a capacidade dos guias em conseguirem encontrar bichos, inclusive minúsculos, naquela escuridão da floresta. É impressionante a beleza do céu estrelado sobre a gente. É impressionante o silêncio (ou o barulho da floresta) na escuridão. E ainda teve estrela cadente. Mamãe fica arrepiada ao lembrar e escrever esse momento.


Casal de passarinhos. Diz se não é impressionante o guia encontrá-los em meio aquela escuridão.

Somente com uma lanterna, o guia vai iluminando as árvores e encontra os animais através do brilho nos olhos que refletem a luz. Nós vimos pássaros, coruja, bicho preguiça, cobra, jacaré e até mesmo uma rã o guia achou. De nos deixar de boca aberta! Você, filha, como sempre participativa e desprovida de medo. Quando avistamos uma das cobras, o guia chegou perto e a enrolou num galho para a gente ver melhor. Você não se abalou. Perguntou se ela sabia nadar, se era venenosa. Voltamos extasiados para o hotel, jantamos e dormimos.

No terceiro dia, cedinho, estava programada a contemplação do nascer do sol. Na noite anterior, fomos dormir combinados que se você não acordasse, somente a mamãe iria. Mas quem é que acordou antes das 05h da manhã para ver o nascer do sol? Quem? Quem? Quem? É claro que você acordou! Despertou bem na hora, ligadona, parecia dia de ir cedo pro aeroporto, que você nem titubeia para levantar. Nos encontramos na recepção umas 05h (ou antes) e fomos de barco até um ponto lindíssimo do Rio Negro, com uma paisagem muito diferente. Ouvimos a floresta acordar e as infinitas cores do céu despertando. O Rio Negro ficou até rosa. Um espetáculo! Acho que das paisagens mais lindas que a mamãe já viu. 













Voltamos para o hotel e, antes do café da manhã, ainda tivemos tempo de subir na torre de observação para, em sequência, nos entregarmos àquele delicioso café da manhã e ao tão amado x-caboquinho. 



X-Caboquinho: sanduíche regional de pão com lascas de tucumã, banana pacovâ grelhada e queijo coalho. Um sonho em forma de sanduíche.

Depois do café da manhã, partimos para um passeio de canoagem pelos igapós e igarapés. Igapó é a vegetação que sobrevive nas áreas inundadas. Igarapé é o curso do rio por dentro das matas, em meio às árvores. Esse passeio é muito legal porque somos nós mesmos que remamos a canoa nas regiões inundadas da floresta. Além disso, a gente vai até uma das nascentes de água, onde a água é clarinha e fria, bem o oposto das águas do Rio Negro. E, pra selar tudo com chave de ouro, você remou e cantou como ninguém :-)

Esses espelhos d'agua. Mamãe não tem maturidade, precisava fotografar todos.



Região da nascente: água clarinha e bem fria. A água do rio Negro é quentinha.


Antes do almoço, curtimos mais uma vez o bar molhado e mamãe fez SUP (o hotel disponibiliza pranchas).


À tarde, saímos em busca de botos. O Anavilhanas opta por um turismo muito respeitoso com a natureza. A intervenção dos guias em todo ecossistema é mínima. Por isso, na caça aos botos, a gente não chega perto dos animais, não atrai com comida. A gente sai no barco literalmente procurando e, quando avista algum, para o barco e observa. Pode ser que eles cheguem perto, por ser que não. Pode aparecer muito, pode aparecer poucos. Nós vimos poucos botos e de longe. Para crianças é ainda mais difícil visualizar, porque o instante em que eles saem da água é rápido. Mas, ainda assim, o passeio foi maravilhoso. Sempre foi maravilhoso andar de barco pelas águas escuras, observar a paisagem refletida na água, a imensidão da floresta. Não tem como dar errado.

Iara procurando botos

Você mandando eu cheirar o boto rosa que ganhou do guia :-)

No quarto e último dia, foi a hora de aprender arco e flecha. Partimos a pé do hotel por uma trilha bem curtinha até o ponto de treinamento, O guia dá as dicas, a gente acha que entendeu e, na hora H, dá tudo errado. Foi muito divertido. Teve competição, o papai ganhou e não se conteve de felicidade. O prêmio foi uma caipirinha!





Em seguida, almoço e pegamos a van de volta para Manaus. Já com saudades desses dias tão incríveis.

Pernoitamos mais uma noite em Manaus e dessa vez nos hospedamos no centro, no Hotel Seringal. Localização excelente, café da manhã gostoso e acomodações bem velhas. Valeu por 1 noite. 

Nossa noite e a manhã seguinte rodando pelo centro foram excelentes. Batemos perna, fomos na Galeria Amazônica (produtos lindos e preços bons!), comemos tacacá, jantamos espetinho barato e você ainda encontrou uma policial chamada Vanessa. Sua carinha de alegria quando ela disse o nome foi a coisa mais linda! Como era fim de novembro, a praça do centro e os edifícios das redondezas estavam sendo decorados de Natal.

Tacacá

Para visitar o Palácio da Justiça e o Teatro Amazonas é preciso fazer reserva. Só conseguimos reservar o Teatro Amazonas. Mas, demos uma entradinha no Palácio da Justiça e eles estavam montando a fábrica de brinquedos do Papai Noel. Já deu pra encher o coração de alegria. 






A visita aoTeatro Amazonas foi super legal (ô lugar lindo!) e ainda tivemos a sorte de ver uma orquestra tocando. 




Daí, foi só pegar um uber e voltar pro aeroporto. Na verdade, O uber!

Uber todo enfeitado de Natal! 

Ainda sobre o Anavilhanas, é interessante considerar o período da viagem. Nós fomos na seca e foi maravilhoso, mas a época das cheias tem mais passeios possíveis, como a pescaria, por exemplo, e é mais fácil avistar animais nas árvores, já que a navegação pelo leito do rio se dá mais próxima às copas. Pra ver bicho preguiça, a época da cheia é bem melhor.

Nesse vídeo dá pra ter noção do quanto o rio sobe na época das chuvas.


Na época da cheia, essas escadas ficam todas submersas. E a madeira resiste! O rio chega a subir 11 metros!

Outra dica sobre quando ir: crianças até 5 anos mão pagam se acompanhadas de dois pagantes. Considerando que a hospedagem no Anavilhanas não é barata, fica aí um critério bom de análise.

Por fim, para quem tem cacife e coragem, também é possível chegar e ir embora do Anavilhanas por hidroavião. A viagem, que deve ser espetacular - imagina sobrevoar a floresta amazônica por 30 minutos, é bem cara (uns R$ 7.000 o trecho e cabem umas 8 pessoas) e muitos hóspedes tentam se juntar com outras famílias para dividirem o valor. 

Assim foi essa incrível aventura! Recheada de teatros, trilhas, árvores gigantes, cipós, frutas, pirarucus, sumaúmas, igapós, igarapés, cupuaçus, bicho-preguiça,  jacarés,  cobras, macacos, aves, larvas, jambu, botos e até sereia!

Beijocas. Te amo! Mamãe.

Um comentário:

  1. Lilica vai se emocionar muito qdo lá se este relato. Vale ouro. Vocês são 10❤💜💚💛💙🧡💚💗💟

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