Paris - Julho 2009

Pessoas!



O motivo (se é que precisa) da ida a Paris foi a visita que já tínhamos programado a um casal de amigos, em Londres. Então, como íamos a Londres, resolvemos passar antes em Paris e Bruges. Nós fomos receosos com duas coisas: não falamos francês e o francês é grosso e mal educado. Então, aprendemos poucas palavras soltas e diretas, como bom-dia, boa-tarde, obrigada e por favor (o Vinicius conseguiu aprender algumas mais) e uma única frase complexa: eu não falo francês. E quanto à grosseria, não tínhamos o que fazer. Paciência. Fomos! Não sei se porque a gente é bonito, ou temos cara de ricos, ou de pobre, ou sei lá o que, mas ninguém nos tratou mal. Foi super tranquilo, e sempre assim: chegávamos, falamos os cumprimentos em francês, às vezes explicávamos que não falamos francês em francês, mas muitas vezes perguntávamos em inglês se podíamos falar inglês. E assim foi feito e deu tudo certo.

A partida (aeroporto de Brasília)
Já no aeroporto, tivemos contato com culturas bem diferentes. Conhecemos um casal de Rondônia, que estavam conexão em Brasília. Eles estavam com indo pra Europa também, encontrar os filhos que moram. Nosso encontro foi assim: quando acabamos de fazer check-in, logo depois deles, eles perceberam que íamos pegar o mesmo vôo. Daí perguntaram se poderiam ficar conosco, pois estavam com medo de não conseguir embarcar ou embarcar no avião errado. Dissemos, obviamente, que sim, sem problemas. E ficamos batendo papo. Eles moram na área rural de Rondônia, não sei bem onde. Eram bem matutões. O senhor já tinha ido à Europa visitar o filho, era mais descoladinho. Já a  senhora morria de medo da escada rolante. Nunca tinha visto uma. Ficava sempre muito acanhando e olhando meio de lado, parecia que estava numa selva! Impossível não imaginá-la na Europa. E, como o senhor disse que a comida da Europa era muito ruim, eles tinham despachado uma mala de comida pra agradar os filhos. Comida frita! Mais especificamente porco frito. Todas as partes dele. Acho que galinha caipira também. E eles tinham saído de casa de madrugada, chegado em BSB 6 da manhã, ficaram o dia todo no aeroporto, iam embarcar de novo só 16h, viajar a noite toda, chegar em Lisboa 6 da manhã, horário de lá, e fazer novamente outra conexão até Milão, pra onde eles iam. Queria saber se a mala chegou, e como chegou. 
Na hora do embarque e emigração, o agente me fez uma das mais belas perguntas: "você é maior de idade?" Adorei! É que quando é menor de idade, a emigração é diferente. Embarquei feliz!
A TAP - a TAP é foda. Os aviões são apertados como os da GOL pro trecho Brasília-São Paulo. Achei que isso nem podia, afinal são quase umas 10 horas de vôo. E viva nossa TAM (ou a primeira classe de qualquer delas, meu novo sonho de consumo).

Em Paris
Vai se complicado escrever sobre Paris sem repetir mil vezes as mesmas palavras. Linda, impressionante, magnífica, grandiosa, romântica. Paris é tudo isso. E a cada esquina. Acho até que é a terra do advogado imperial mundial Alguns conceitos vão se formando quando estamos por lá. Um deles é de que o homem é capaz de construir e erguer qualquer coisa. O outro é que Paris deveria ser a última cidadea ser conhecida na sua vida. Porque depois de Paris, é difícil ficar impressionada ou embasbacada com qualquer outra
Acredite e siga:
  • Os vinhos deliciosos e baratíssimo. Entregue-se a eles. Dedique todo o euro das bebidas com vinhos Bordeaux e Borgonha. 
  • A água da torneira é potável. Pode tomar sem medo. Foram raras as vezes que compramos água. E os restaurantes servem a água da torneira sem cobrar nada.
  • Os cosméticos: pra quem usa produtos da La Roche, Bioderme, e ainda outros que não conhecia a marca ou os preços pra comparar, prepare-se. Você os encontra nas farmácias, em prateleiras gigantes e recheadas de mil marcas e tipos, e é tudo uma pechincha! Por exemplo, o Melani-D, um produto pra manchas, que aqui custa uns R$ 100,00, eu comprei lá por 19 euros. Protetor solar da Bioderme, com base, que aqui custa de R$ 70,00, eu comprei por 11 euros.
  • As mercearias/mercadinhos:  de enlouquecer. Você encontra água por 1 euro, Perrier grande por 1,30 euros, cerejas 6 euros o quilo, cerva francesa por 1,30 euros. Os vinhos, se baratos nos restaurantem imagina nos mercados. Meia garrafa de Bourdeaux por 2 euros! E ainda mil tipos de queijos, pães deliciosos....Sempre bom ter algo na mochila e no quarto do hotel. Se quiser, você não precisa nunca comer em um restaurante. Ah! E lembre de levar abridor de garrafa e lata e saca-rolha.
  • Tente esquecer o metrô. Só use em distâncias consideráveis. Ande a pé ou de bicicleta, porque Paris é bonita demais pra ser vista por baixo. Ela foi feita pra ser vista por cima, com calma, parando, pra te impressionar a cada quarteirão. 
  • Cuidado ao programar o dia, par não deixar várias coisas num horário apertado. Andando até seu destino, você vai querer parar mil vezes pra ver e tirar fotos de vários monumentos, entrar em várias lojas...É assim: do nada, aparece uma gigantesca igreja do caralho que, se fosse numa cidade aqui no Brasil, será A atração da cidade. Pois lá em Paris nem no mapa ela está.
  • Prepare-se, fisicamente: turismo cansa, e a Europa cansa muito! A gente acordava por volta das 7 da matina, e ia dormir por volta de meia-noite. Todos os dias. O pé lateja, é muito tempo em pé nos museus ou atrações.  
  • Vélib: o governo francês estimula o uso das biciletas. Funciona assim: em alguma das milhares estações de bicicleta, se faz um cadastro com seu cartão de crédito. Daí você pdoe pegar bicicleta em qualquer estação e devolvê-la em qualquer estação. Em toda estação tem o mapa das estações próximas. Os primeiros 30 minutos são de graça, e após meia-hora o preço ia ficando progressivo: 1 euro, a segunda hora 2 euros, e por aí vai. Acontece que como Paris é bem pequena e concentrada, dificilmente você gasta mais que 30 minutos de bicileta de um ponto a outro. A gente andou muito de bicicleta e nunca ultrapassamos a meia-hora. Econômico, eficiente e delicioso! É super tranquilo: os carros respeitam, têm faixas pra ciclistas, e não precisa de artigos de proteção tipo capacete. O único problema é que às vezes você pode não encontrar lugar para estacionar a bicicleta  ou não encontrar bicicletas disponíveis na estação de escolhida, então é bom ter opções em mente. Mas é fácil, tem estação pra caramba! E se quiser andar de bicicleta de saia, não tem problema. Aparece a calcinha, mas ninguém se importa. 
  • Tenha sempre um guia turístico em mãos. As igrejas, jardins ou museus ficam bem mais interessante quando você está lá e pode ler sobre eles, saber o porquê de algumas coisas e aprender algo. O da Folha de São Paulo é excelente. Se quiserem um menor, levamos também o Guia Essencial Paris, da Ciranda Cultural. Quebrou um galhão.
  • Compre uns doces na Ladurèe (Champs-Élysées) e sente-se num jardim para saboreá-los. Fizemos isso no jardim da Torre Eiffel. Foi inesquecível!
  • Observe nas pessoas a liberdade na forma de se vestir, dos penteados e tente trazer isso pra sua vida. Livre-se das formas enlatadas.
Chegamos no Charles de Gaulle. Aeroporto gigante, com um emaranhado de esteiras rolantes de revestimento transparente que se cruzam no ar no meio do aeroporto. Bem interessante. De metrô, fomos pro hotel. Andando na ruas, fiquei impressionada com a quantidade imensa de Smarts,  Mini Cooper, e uns carros que nunca tínhamos visto nas ruas. É perceptível a forte tendência aos carros pequenos. Chegamos no hotel Charing Cross, check-in, banho e rua!
O Hotel Charing Cross
Nada de luxo. Mas foi bem satisfatório. Os atendentes eram bacanas, alguns bem divertidos, tinha elevador (sim, essa é uma consideração importante) e café da manhã. Fora a deliciosa baguete com uma manteiga fenomenal, o café da manhã era bem fraco: café, leite, croissant doce e salgado, um tipo de queijo (como assim um tipo de queijo? Era em Paris!), chá, biscoito tipo cream cracker e uma salada de frutas horrorosa. Pra quem não come leite nem açúcar, era complicado. Adoçante? Acho que eles nunca viram isso por lá. Tive, nem sempre por vontade, que comer açúcar. Coitado do meu pâncreas. No quarto tudo funcionava bem: controle remoto, chuveiro e descarga. Porém, acho que a roupa de cama (sabão em pó, amaciante, ou ácaro mesmo) me deu uma puta alergia. Logo fiquei toda empolada, nas regiões em contato com os lençóis: pescoço, rosto, braços. Melhorou dias depois de sair de lá. Assim é a Europa. Você gasta uma fortuna para ficar num lugar tosco, nada de táxi ou qualquer serviço de terceiros. E mesmo assim você quer voltar.

  • Primeira andada sem rumo: encontramos a Igreja Madeleine (enorme e linda). Infelizmente não encontramos o restaurante chamado Le Foyer de la Madeleinepois era bem a  hora de comer quando passamos por lá. Fomos em direção à Champs-Élysées atravessando a Praça de La Concordia. Por ali, comemos um crepe de rua bem vagabundo (já estávamos com fome) e uma cerva bem gelada! Nesse dia tava quente. O crepe foi uns 5 euros, e cerva 3 euros. A água também era 3 euros. Passeamos pela Champs-Élysées, entramos numas lojas muito legais (Reunault, Laurèe - essa com uns doces lindíssimos, deliciosos e caros, mas vale a pena provar aquilo!) e fomos até o Arco do Triunfo. Não subimos no Arco, pois já iríamos na Torre Eiffel e íamos tentar subir de balão. Pra ver a cidade de cima (ainda mais pagando em euros) já estava de bom tamanho.
  • De lá, rumamos pro Parque André Citroen, onde existe o balão  Ballon de Paris. Este balão mede o grau de poluição do ar da cidade. E também é possível subir no Ballon de Paris para ver capital  do alto, a uma altura de 150 metros. Não conseguimos, nem nesse dia nem em outro :( Os dias estavam todos nublados. Uma pena! Mas foi legal conhecer o parque, que é bem bacana. Cheio de gente descansando, dormindo, se divertindo. Ficamos lá comendo cerejas ( quem compramos por 3 euros 500 gramas), bebendo água (que compramos por 1 euro na mercearia perto do parque), olhando a vida passar. Lá tinha uma fontes, que jorravam água de baixo pra cima, e milhares de crianças felizes tomando banho e brincando. 
  • Louvre  - resolvemos ir ao Louvre a "noite" (entre aspas porque só escurecia às 22h). Era mais barato depois das 16h, 6 euros, e, provavelmente, mais vazio. Ótima escolha. Vazio não estava, mas estava tudo fluindo bem rapidamente. Acho que não demoramos nem 20 minutos pra comprar os ingressos e entrar no museu. E que museu! Se lá não tivesse uma mísera obra de arte, ainda assim aquele prédio deveria sre visitado. As paredes são lindas, os roda-tetos, o chão, as portas. É gigantesco! Tem que saber bem o que quer ver e seguir um rumo. E é difícil sair de lá: toda hora, no rumo da saída, víamos algoi maravilhoso que nós fazia desviar o caminho. Isso deve ter acontecido uma 20 vezes. Pra quem gosta mesmo de obra de arte, e entende do assunto, tire um dia inteiro pra ele. Quando finalmente saimos estava chovendo, então voltamos de metrô. Paramos pra comer, beber um bom vinho, para em seguida voltar pro hotel correndo e cantando o refrão de Ne Me Quitte Pas.
  • Museu Dorsay: 8 euros, mas tem horários mais baratos, também num local com arquitetura incrível, uma antiga estação de trem, às margens do Rio Siena. Não é imenso como o Louvre, mas é lindo e vale a pena a visita. 
  • Passeio de barco pelo Rio Siena: existem várias empresas de turismo que fazem em trajeto pelo rio parando em pontos específicos. Daí você compra o ingresso pra 1 ou 2 dias, e pode sair e entrar no barco quando quiser. Compramos o BATOBUS Paris, custou 8 euros pra 1 dia. Ele para em 8 pontos diferentes. Foi bem legal, a gente vai indo de um ponto turístico a outro pelo rio, ir vendo as pontes, dá uma descansada ou talvez uma cochilada :) De barco, paramos na Ilê de la Cité (onde vimos a Catedral de Notre-dame e almoçamos num restaurante bacana, um menu de 3 pratos por 12,50 euros. Não entramos também Sainte-Chapelle, pois a fila estava grande), Jardim das Plantas (onde tem um mini-zoológico, o Ménagerie, 8 euros e Museu da Historia Natural, 9 euros, mas coomo são pagos pode ser dispensados) e Torre Eiffel.
  • Torre Eiffel: pegamos uma filinha considerável, mais ou menos 1 hora até o primeiro andar, depois mais 1 hora pro segundo andar. Pra subir até o último andas, 13 euros. A torre é magnífica! A gente subiu no fim do dia e vimos o entardecer e anoitecer lá de cima. Foi lindo, apesar do frio. Paris é linda lá de cima também. Fizemos mil fotos lá de cima, depois que descemos, e quando ela aparecia ao fundo da paisagem também.
  • Jardim de Luxemburgo, Igreja Sainte Supilce, Fonte de Médice, Pantheon: pra passear, sentar um pouco no jardim e na escadaria do Pantheon, ler o guia e observar os franceses. O jardim é lindíssimo e a fonte também.
  • Arc de La Defense: é uma área moderna de Paris. O arco é gigante, e fica bem alinhado com o Arco do Trinfo. Paris é assim, estrategicamente pensada. Foi construído em comemoração ao bicentenário da Revolução Francesa.
  • Bastilha, Pompidou e Les Marais: muito legal. O Pompidou é foda por fora, mas não entramos. Ótimas lojinhas, barzinhos, cheio de gente esquisita, gays e judeus.
  • Palácio de Versalhes: impressionatemente belo e majestoso e caro. Pegamos o ticket de 25 euros, que dá acesso a todas as partes: palácio, jardins e palácios menores. O metrô leva praticamente na porta. Não são mais vendidos ingressos na estação de metrô, só lá mesmo. Portanto, tem que pegar as filas. É bom ir bem cedo ou algumas horas antes de fechar. O passeio demora umas 6 horas, se feito com calma (palácios e jardins). O audio-guia ajuda bastante, porque enriquece o passeio e te ajuda a ter uma visão mais profunda de tudo aquilo. Te diz os comos e porquês, assim como os guias em livros. Os jardins do palácio são fantásticos, a gente fica com vontade de tirar milhões de fotos. Almoçamos por lá mesmo (pratos por volta de 12 euros).
  • Les Invalides: jardim muito bonito (óbvio).
  • Moulin Rouge: custa 81 euros, sem jantar, com direito a uma garrafa de champagne por casal. Dura mais ou menos 1hora e meia . No início, era horroroso. Uns caras tipo paquitos dançando completamente fora do ritmo, de forma ridícula. Depois vem a graça:  Mas logo depois melhorou e ficou divertido com as bailarinhas todas de peito de fora. Isso mesmo. As mulheres dançam can-can e pulam todo o tempo sem sutien. Entre uns peitos e outros, tinha espétaculos circenses, tipo malabarismo, mágica e contorcionismo (os dois últimos bem legais). Teve, ainda, uma piscina de paredes transparentes que surge no meio do palco com duas cobras brancas dentro. Daí pula uma mulher lá (só de calcinha e peito de fora) e fica nadando com as cobras. Eu ainda não sei o que eu achei dessa parte. Interessante que conversando com um dos recpcionistas do hotel sobre esses cabarés, ele disse pra irmos nesse mesmo que era mais família. Sobre as outras duas opções que tínhamos visto, o Crazy Horse e o Lido, ele disse que não ia dar certo ir acompanhado. Pra quem quiser verificar....
  • Eurodisney: são dois parques, mas só fomos em um. O metro também nos leva na porta do parque, em 50 minutos. 13 euros o metrô + 51 euros o ingresso, por pessoa. Foi muito divertido!!! Chegamos no parque às 09:00 e saimos de 23:00, antes dos fogos, porque estava demorando demais. Nunca fui a Disney nos EUA e fiquei apaixonada. O parque é lindo, a gente brincou o dia todo. Tem uns brinquedos massa, simuladores, jogos, cinema 3D e a gente entrou na onda. Se o povo corria em direção ao brinquedo, a gente corria também. Mesmo que o número de pessoas correndo fosse menor que a capacidade do brinquedo. Lá tem o FastPass, que é uma invenção incrível: é um esquema que você agenda a hora que você vai em tal brinquedo. Assim, não precisa ficar horas na fila. VocÊ vai curtir e na hora tal vc vai no brinquedo que reservou. Bem sacado, né?
  • Igreja Sacré-Coeur: fica num bairro alto da cidade, o Montmartre. A igreja, como tantas outras, é legal, mas a vista não é das melhores. Não aparece nem a Torre Eiffel. E, pra piorar, ainda tem uns caras que ficam abordando a insistindo pra colocar umas pulseiras no braço da gente, de "graça", e insistem, e você diz não, eles insistem de novo. Um saco!!! Passeio bem dispensável. Pra compensar, na rua do lado da igreja tem uma super loja chamada Pylones. É uma Imaginarium da vida com coisas fofíssimas! Comprei várias coisas. A loja também existe em outros pontos de Paris e do mundo. No site tem tudinho.
  • Printemps: uma loja gigante, 2 prédios, cada um com uns 5 ou 6 andares, que vende roupas, sapatos, artigos para casa, cosméticos, perfumes. Pra quem gosta de roupas de marcas (tipo Gucci, Prada e afins) e artigos de luxo, tá no lugar certo. Mas tudo é caro pra caramba! Consegui um relógio da Swacht da Torre Eiffel por 43 euros. E só. Pra quem não pretendo gastar horrores, não vale a pena perder tempo lá.
Fotos aqui. Beijos!
Vanessa

Um comentário:

  1. Bom essa Paris ai eu tb conheço, fica logo ali em Umuarama, eu tenho umas fotos bem legais lá também.

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