domingo, 27 de abril de 2014

Paris: impressões gerais. Abril/2014.

Pessoas,

mais sobre viagens. Viram que até mudei a foto de capa do blog? Substituí "Diversão e Arte" por "Viagem". Pois é :-)

Essa passada em Paris foi uma grande conveniência! O objetivo era ir pro Japão. Como estava cheia de pontos para milhas, resolvi seguir a dica do Nós no Mundo: usar os pontos e emitir as passagens da Europa pro Japão em classe executiva, o que será assunto dos próximos posts. 

Então, compramos pela TAP os trechos Brasília-Paris e Amsterdam-Brasília. Na ida, paradinha em Paris. Na volta, no aeroporto de Amsterdam para, na verdade, ir à Lisse, na Holanda, visitar o Keukenhof, o parque de tulipas da Holanda. Já adianto que esse é imperdível, imperdível!!!

A "paradinha" em Paris foi de 5 dias e confirmou, novamente, a minha tese já testada em Bruges: a segunda vez  em um local que a gente já conhece é tão melhor! Não tem ansiedade, não tem roteiro obrigatório a cumprir, você já sabe do gosta muito e repete. Tudo é mais calmo e sereno e você se permite fazer o que tem vontade. E assim foram nossos dias em Paris. 

Peguei muitas dicas no site Paris Lado B. Primeiro porque queria mesmo coisa não convencionais. E segundo porque queria dicas de lugares menos caros.

Sim, menos caros, porque barato não existe em Paris. O euro está extremamente desfavorável pra gente. Eu sei que quem converte não se diverte. Mas também não paga as contas depois. E, fora uma coisa ou outra que é mesmo bem mais em conta do que no Brasil (como chocolate Lindt ou manteiga President no mercado), a verdade é que eu voltei achando o Pão de Açúcar barato. E também já adianto: até o Japão consegue ser mais em conta que Paris. O site Numbeo confirma isso.

Sobre Paris, de forma geral, me decepcionei bastante. A cidade está suja. Cheia de pitucas de cigarro  e lixo no chão. O tal golpe do anel é frequente. Espere uns instantes em pontos estratégicos que você verá ele acontecer. O Google, inclusive, encontra várias páginas sobre o assunto. As áreas mais turísticas, como a área de fora do Museu do Louvre ou a Torre Eiffel, estão cheias de imigrantes com pinta de ilegal insistentes vendendo chaveiros da Torre Eiffel. Detalhe: é proibida a venda de qualquer coisa naquela região e quando há barulho de polícia, todos fogem correndo em uma mesma direção.

Isso dá uma sensação de insegurança tremenda. Além de tornar o local desagradável, pois eles são insistentes e estão todos conectados, inclusive com os que aplicam o golpe do anel. Ao invés de relaxar e curtir aquele lugar lindo de morrer,  você tem que ficar se preocupando com que está ao seu lado, com sua bolsa, sua câmara. Sério, desanima muito. Ainda mais com os preços de Paris.

Ouvi casos de roubo praticados por essas mesmas pessoas. Ah, tem também o golpe do abaixo assinado. Algum imigrante vai te perguntar se você fala inglês, daí pede para assinar um abaixo assinado ou sei lá o que que vai fazer com que dinheiro chegue na África e depois fica te pedindo esmola.

Eu não cansei de me perguntar como a prefeitura de Paris deixa isso acontecer. De qualquer forma, previnam-se. Aqui tem um bom post sobre os golpes aplicados pela Europa, e aqui sobre golpes em Paris. Convém ler isso aqui também. Ou seja, esse cenário todo não é de hoje. Sad, but true.

Na estação de metrô Les Halles, que era nosso caminho para ir pra casa, havia muita polícia com metralhadoras! Fiquei chocada e com medo, claro. Aliás, agora, fazendo esse post e conferindo o nome da estação no Google, descobri que aquela região é complicada, com venda de drogas e etc. Portanto, evitem!

Isso tudo dá um desânimo, né? Sou capaz de não voltar mais. Férias serve para espairecer as idéias, contemplar a vida e não pra ficar com medo de ser assaltada ou ficar planejando em como fugir de golpes.


A sorte é passamos boa parte do tempo no "lado B" de Paris, longe das multidões de turistas e menos suscetíveis aos tais golpes. Então, no final das contas, o saldo foi positivo e as lembranças são ótimas. Mas fica a dica: cuidem-se em Paris.

Beijocas. Vanessa.

domingo, 20 de abril de 2014

Ushuaia - Dez/2013

Pessoas, 

engraçado que no planejamento dessa viagem (El Calafate, Torres del Paine e Ushuaia), a minha maior expectativa era com Ushuaia. Talvez por ser mais explorada publicitariamente, por ser a cidade mais austral do mundo, o que a leva a ter o banheiro mais austral do mundo, o restaurante mais austral do mundo e tudo mais mais austral do mundo.

Fato é que depois El Calafate e Puerto Natales, eu já voltaria para casa satisfeita. Já tinha visto maravilhas naturais incríveis e nem sabia bem o que esperar de Ushuaia.

Resquício de quando Ushuaia era uma prisão.

Foi bem legal. Mais pela escolha dos passeios e guias do que propriamente pelas belezas naturais. Veja bem: não to falando que não é lindo. É, sim. Mas se você for no sentido El Calafate – Ushuaia,  e ainda passar por Torres del Paine, quando chegar no local mais austral do mundo seu padrão de exigência para surpreender-se já estará elevado.

Fomos de El Calafate para Ushuaia de avião, e do aeroporto para o hotel de táxi com um motorista que cochilava pelo caminho. Juro! Pescava horrores, o que me obrigou a ficar puxando conversa sobre o clima da cidade. Não lembro o preço, mas não foi caro. Olha, já trabalhei muito melhor por esse blog. Essa seria uma informação básica. Prometo melhorar. Ou não.

Hotel

Ficamos hospedados no Hotel Villa Bréscia. Custou $512 por 4 diárias e a localização é muito boa, na Av. San Martin, a principal rua da cidade. O café da manhã era razoável, com bastante opções, ainda que nenhuma fosse supimpa. A cama era desconfortável, assim como o local para banho. Odeio banheiro sem local para apoiar shampoo, sabonete e etc. Ninguém merece ficar banhando e agachando para pegar as coisas do chão. O chuveiro também era ruim. Em compensação, os sabonetes e shampoos fornecidos pelo hotel eram de qualidade, tipo miniaturas de produtos de boas marcas, e isso eu prezo muito porque, a cada dia, levo menos coisas em viagens e realmente uso as  amenidades de hotel. Segredo: não só uso como trago comigo as que sobram. Daí, essas amenidades vão comigo na próxima viagem e garantem a higiene nos locais onde não há os tais mimos.

Outro problema do quarto era o aquecimento muito forte. Tudo bem que melhor assim que aquecimento falho, mas era difícil encontrar o equilíbrio entre coberta, pijama e bem estar. Resumo do hotel: não ficaria novamente nele.

Compras

Ushuaia é ótimo para compras. É livre de impostos e roupas de frio de marcas consolidadas custam menos da metade lá do em El Calafate. É fácil comprar: tem um shopping, Paseo del Fuego, fácil de chegar e fornece transfer gratuito a partir de alguns hotéis, e a Av. San Martin, cheia de lojas, mini shoppings, galerias e restaurantes. Com certeza, vale mais a pena bater perna e nessa rua do que se enfiar no shopping (que é igual a todos, como sempre). Fiquem ligados nos horários das lojas: elas não ficam abertas até tarde,  acho que até umas 20h30. É chegar do passeio e já ir perambular, se isso estiver na programação.

Passeios

Fizemos os passeios com as empresas Tierra Turismo (que nos vendeu também um pacote da Pira Tour) e Canal Fun. Acertei tudo pela internet e deu tudo certo. Fomos bem tratados virtualmente e pessoalmente e eles são bem profissionais. Recomendo todas, com o destaque para os guias da Canal Fun: os caras são verdadeiros artistas! Diversão garantida.

Parque e Natureza - Tierra Turismo Com a Tierra Turismo, fizemos o passeio Parque e Natureza. O dia estava ruim, chuvendo, e acho que eles fizeram algumas adaptações no roteiro. Foi legal, o guia era engraçado, falava bem português (com exceção de dizer "parabéns" ao se despedir dos turistas brasileiros no lugar de "obrigada", fato bastante engraçado quando nos demos conta da situação), preencheu bem um período da manhã que estava livre.  Dá pra ter uma visão geral do Parque Nacional. É light, não cansa, bom pra relaxar.

No passeio, o guia para ma estação de trem mais austral do mundo e quem quiser pode fazer o passeio de trem, bem tradicional por lá. Achei turistão demais, já tinha lido relatos de que não valeria a pena. Não fomos e foi muito mais legal e proveitoso ficar batendo papo com o guia enquanto o resto do grupo andava de trem.

Desse papo, soubemos que o índice de suicídio no inverno é alto, que os guardas do Parque Nacional ganham muito bem e tem aposentadoria especial porque é um emprego que ninguém quer (eles moram em cabanas no parque, onde não há luz, internet, etc), que no inverno eles perdem por volta de duas horas por dia por conta dos transtornos causados pela neve e frio (tirar neve de todo canto, esquentar motor do carro).

Esse passeio custou $70 por pessoa, não inclui a entrada no parque,  e terminou por volta das 13h30, dando tempo certinho de comer algo rápido e ir para o ponto de partida do passeio da tarde: visitar uma pinguinera!

Estância Harberton + Pinguinera na Isla Martilo - Pira Tour

Com a Tierra Turismo compramos o passeio pela Isla Martilo, para visitar uma pinguinera. Esse passeio é feito apenas pela Pira Tour e é possível comprar diretamente com eles. Pela internet, o preço é o mesmo: $100 + 80 pesos argentinos para entrar na Estância Harberton, de onde se tem acesso à Isla Martilo.

Esse passeio é obrigatório!!!! A ilha é tomada por pinguins e o passeio é caminhar, educadamente e por um caminho predefinido, entre eles. É muito legal!

A parte antes e depois da caminhada com os pinguins também é bacana. A gente passa um tempinho na estância Harberton e pode visitar um pequeno museu de animais marinhos, o Acatushún Museum, com várias ossadas completas, e a visita é guiada por uma veterinária. Bem legal.

O trajeto até a Estância Harberton é feita nesse ônibus. Lá se pega uma lancha até a Isla Martilo.



Havia 2 pinguins imperiais por lá :-)



Mãe alimentando o filhote. 


Museu de animais marinhos.
No caminho, paramos perto de umas árvores bem tortas, por efeito dos fortes ventos patagônicos.




Parque Nacional Trekking y Canoas - Canal Fun

Esse passeio de dia todo é ótimo! Demos sorte com o clima, que abriu, e com o guia, engraçadíssimo. Depois de buscar todo mundo nos seus hotéis, a primeira parte do passeio é uma caminhada leve, de umas 3 horas, pela Senda Costera do Parque Nacional, pela margem do mar. Paisagens lindas, histórias ótimas, muito bom mesmo. Sorte imensa do dia: registrar a atuação de um legítimo pica-pau :-) Vídeo aqui.








Depois de tanta caminhada, parada para almoço, que é preparado pelo motorista  num acampamento onde a caminhada termina. Comida gostosa, com vinho, entrada, prato principal, sobremesa e muito bate papo.




Daí, vamos canoar! E dá-lhe paisagens muito lindas, e agora com direito a um legítimo leão marinho dando o ar da graça. Segundo o guia, raro isso acontecer.



Tem um lobo marinho ali na direita, dentro da água!




Contando assim nem parece que foi fantástico, mas o dia foi muito especial. Recomendo demais! Custou 840 pesos argentinos por pessoa, com tudinho incluído.

Lagos Off-Road - Canal Fun

Também é um passeio de dia todo e esse tem emoção. É mais diversão e menos informação. Começa com um passeio pelas Cordilheiras dos Andes, pelo Paso Garibaldi. Depois, começa a graça de andar de 4x4 por terra lameada e esburacada e pelo água. É divertido. Você acha que não vai passar. O guia diz que dessa vez não passa. Depois, almoço, bem decente, e volta pra casa, com uma paradinha num dique construído por castores! Sim, castores são uma praga em Ushuaia porque não tem predadores deles por lá. E eles são ótimos engenheiros e bastante espertos: destroem a floresta e constroem estrutura que os preservam de todo mal. Mais sobre o assunto, aqui.








Dique construído pelos castores.

Restaurantes

Fomos felizes no Maria Lola (é bom reservar, é bem falado no TripAdvisor e lotado), infelizes no Bodegón Fueguino (não há cadeiras, e sim bancos sem enconto, uma tortura, e a comida é medíocre) e na Isla de Chocolate (blé!). Dica básica: fuja dos restaurantes da Av. San Martin. Muito turista, muito "sei que você não vai voltar mesmo".

Pra finalizar, uma história boa. Durante um dos passeios, o guia explicou, em espanhol, que os índios que viviam no Parque Nacional usavam a madeira das árvores para fazer canoas. Alguém perguntou como eles fixavam as tábuas, e ele respondeu: "con pelo de ballena" (com cabelos de baleia). Ao ouvir a palavra "ballena", cuja pronúncia se parece muito com vagina (confira no google tradutor), um adolescente MUITO espantado questionou: "PELOS DE QUE?!?!?" E seu pai respondeu, muito rapidamente: de ovelha. E deu uma olhada cúmplice para a mãe e não se falou mais nisso. Resultado: o pai e a mãe até hoje acham que as canoas eram feitas com pelos de vagina, o filho tá em dúvida, o guia não entendeu nada e eu e Vinicius gargalhamos toda vez que lembramos do fato.

E fotos lindas da cidade!








Beijocas. Vanessa.