sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Tóquio - Parte 1 - Abril/2014

Pessoas,

Tóquio foi a terceira cidade no Japão onde firmamos base. Passamos 6 noites por lá. Desses,  passamos apenas 2 dias fora da cidade. Em um deles, fomos a Kamakura, e no outro fomos ao Fuji-Q Highland, um parque de diversões construído aos pés do Monte Fuji.

Mas poderíamos ter passados os 6 dias somente em Tóquio. Ou 7. Ou 8. Ou o mês inteirinho. E, se pudesse, sem dormir. Todo dia, indo em direção do hotel, batia uma tristeza danada: tanta coisa rolando e o corpo pedindo descanso. Mundo injusto!

Tóquio é incrivelmente legal. O conjunto formado pela cidade e pelas pessoas dali a tornam um dos lugares mais interessantes que já estivemos. Ela tem aquela cara de grande metrópole, e é, mas é extremamente limpa e organizada. Mas é limpa de verdade mesmo. Como Osaka, parece cidade cenográfica. Ou parque da Disney.

Andar pelas ruas observando pessoas, as ruas largas, as ruas estreitas, as luzes todas, japoneses com roupas tradicionais, japoneses com roupas muito doidas, os cruzamentos gigantes com centenas de japoneses parecidos atravessando as ruas, prédios altos e coloridos, prédios baixos e discretos é um programão incansável.

Dá pra acreditar que isso essa foto foi tirada Tóquio?

E, com tudo isso, Tóquio ainda consegue ser silenciosa. Impressionante. Com aquele tanto de gente, o lugar é uma paz. Nem os carros fazem barulho. Tudo funciona perfeitamente em silêncio.

Ficamos hospedados no hotel APA Hotel Kodeumacho-ekimae. APA é um rede de hotéis comuns pelo Japão. Fiz a reserva pelo booking.com e o escolhi considerando preço e localização. Lembram que decidimos viajar 2 meses antes, e como era época da Sakura, já não estava fácil achar hospedagem.

O hotel é bem localizado, perto de metrô/trens e mercados. Custou R$ 1.600,00 as 6 noites sem café da manhã.  Problema: o tamanho do quarto. Acho que nunca mais nessa vida ficaremos num quarto menor porque não é possível que exista! Apesar de novinho e da cama gostosa, era desconfortável se locomover no quarto, porque não havia espaço para as malas, que ficaram ocupando os lugares de transitar.

O banheiro também era minúsculo, mas funcional, com todas as amenidades que a gente admira, como shampoo, condicionador, escova de dente, pasta, sabonetes, etc. E também com aquilo que eu achava essencial: assento aquecido :-)


Essa foto foi tirada da porta do quarto. Vejam que não tem bancada nem para apoiar as malas. 

Foto tirada do fundo do quarto. 

Banheiro minúsculo.

Controle do vaso sanitário fixado na parede de frente.

Café em saquinho tipo chá. Japas danados!
O hotel oferece um café da manhã tipo buffet por uns $15 (eu acho). Não gostamos. Caro demais para a qualidade da comida oferecida, ainda mais com tantos mercadinhos (ou mesmo nas estações de metrô e trens) cheios de opção pela vizinhança.

Shibuya

Um dos lugares obrigatórios em Tóquio é o bairro de Shibuya: lotado e colorido. Shibuya é a representação daquilo que vem a nossa cabeça quando pensamos em Tóquio: muita gente e muitas cores. Sejam cores das luzes, sejam das fantasias utilizadas pelos vendedores que tentam chamar a atenção para seu comércio. Não deixem de ir lá a noite. De dia também é legal, mas perde bastante da graça pela ausência das luzes.



É em Shibuya que está o maior cruzamento do mundo, segundo dizem. São 8 semáforos que fecham e abrem ao mesmo tempo, fazendo com que centenas de pessoas atravessem as ruas na mesma hora. Nesse cruzamento há câmaras fixas das TVs japonesas e é ali que eles captam imagens de comemorações esportivas ou de outros eventos importantes.



Em Shibuya também tem MUITO comércio e entretenimento. Reserve horas andar e observar lojas e pessoas. São milhares de restaurantes, bares, pubs, karaoks, boates, lojas de roupas, sapatos, cosméticos,  eletrônicos, instrumentos de música (lojas gigaaantes com vários andares e preço muito bom!), videogames (inclusive jogos antigos que aparelhos que não são mais vendidos). Um deleite para os fãs de Super Nitendo, Mega Drive e afins.


Na praça em frente à estação de trem e metrô de Shibuya está a estátua do Hachiko, o cão cujo dono morreu e depois disso ele ia até a estação esperá-lo voltar. O filme "Sempre ao seu lado", com Richard Gere, é baseado na história desse cão e o animal está empalhado no Museu Nacional da Ciência do Japão em Ueno, Tóquio.


Foto em estilo japonês, com V :-)



Shinjuku é o bairro onde se concentra a parte financeira e administrativa de Tóquio. Ótimo para bater perna e admirar os edifícios lindos e altos.








O Tokyo Metropolitan Goverment Building, de 48 andares e onde funciona a prefeitura de Toquio, fica em Shinjuku e possui, no 45º andar, um observatório com uma bela vista da cidade. Funciona até tarde, até 22 horas em alguns dias (verifique o horário de funcionamento), e tentem ir de dia e de noite, porque as duas vistas são maravilhosas! E é de graça. Aliás, essa vista já foi considerada pela revista Lonely Planet como umas das melhores atrações gratuitas do mundo. Lá em cima tem café, loja de suvenir e um restaurante caro, mas com a vista espetacular. Convém reservar.







Um lugar interessante em Shinjuku é a área chamada Omoide Yokocho, São pequenas vielas com vários restaurante minúsculos, boa parte deles localizados abaixo da linha de trem (a noroeste da estação Shinjuku), baratos e toscos. Mas lotados! Cheio de japoneses engravatados. Ninguém falou, mas com certeza é o local onde rola os happy hour da galera que trabalha por ali.  A gente caiu nela ao sair do prédio Tokyo Metropolitan Goverment. O local também é chamado de Piss Alley ou Memory Lane. No App de Tokyo do Tripadvisor (gratuito!) tem.


Rua nas redondezas da Omoide Yokocho. Reparem que ficam embaixo da linha de trem.

Omoide Yokocho
Harajuku

Esse é o local para quem quer ver japoneses extremamente produzidos! Em Harajuku concentra-se uma boa variedade de lojas de roupas e acessórios extravagantes e de personagens de todo tipo. A área divertida fica logo na saída da estação de trem Harajuku (localizada entre a Shinjuku e Shibuya, na Yamonite Line), que dá na rua Takeshita, cheia de lojas "diferentes" e também bastante úteis, como uma de tudo por 100 yenes (1 dólar), e é verdade! Nada custa mais de ¥100 e tem tudo quanto é coisa que você pensar. Em Harajuku, fica uma das maiores que fomos, de 3 andares. Uma loucura!


Amei essa loja: Wonder Rocket.
Além de extravagâncias, Harajuku também tem moda clássica e cara. Todas essas lojas de preços surreais (bem divulgadas pela chata da Carrie, de Sex and the City) estão por lá. Ficam concentradas na rua Omotesando, conhecida como a Champs Elysees de Tóquio.

Todo mundo indica visitar Harajuku no domingo a tarde, que é quando a juventude extremamente produzida (ou fantasiada?) invade as ruas do local e o pra onde você olhar, haverá diversão. Eu não indico. Cheio demais da conta!!!!!!! E de muita gente normal, conhecidos por lá como turistas :) Segundo o Vinicius, tava igual a 25 de março. 


Entrada para a rua Takeshita


Procure ir no sábado, ou qualquer outro dia. O local é tão doidão que com certeza todo dia tem gente diferente por lá. Os próprios vendedores das lojas já são uma atração. Tipo Camden Town, em Londres. 








Em Harajuku tem também um dos locais mais famosos para se comer gyoza. É chamado de Gyoza de Harajuku, é tosco, pequeno, lotado (fila seeempre!), não tem cara de limpo, mas fantástico. E barato! A porção de gyosa custa ¥290 (menos de $3). Servem também pepino com pasta de soja que é espetacular. No App do TripAdvisor de Tóquio tem a referência e localização (procure por Harajuku Gyozaro - no ranking, ele é o 45 de 45.514 restaurantes de Tóquio (viu como é foda?) ou acesse aqui para ver direitinho a localização). 






A cara do restaurante de gyoza em Harajuku por fora. Foto emprestada do site timeout.jp


Akihabara

Para comprar eletrônicos, Akihabara. Muitas lojas, muitas luzes, muita gente. Tem lojas decentes e lojas bem vagabundas, que te deixam na dúvida se os produtos são originais. A noite, claro, é muito mais legal por conta das luzes. Sobre os preços, não impressionam. Tem variedade e pode ser uma boa oportunidade para compras, se tiver precisando.

Vendedora chamando a atenção para uma loja. Os japoneses nao decepcionam nunca.




Tsukishi Fish Market

O mercado de peixes do Japão fica na área central de Tóquio e legal de ser visitado, apesar de não terem a mínima estrutura para turistas. O mercado é estruturado para os fornecedores organizarem todo o pescado que chega e repassá-lo ao comerciante ou a algum local que prefira comprar diretamente ali. Ninguém me disse isso, mas é a nítida impressão que tenho. Há poucos lugares que vendem frutos do mar em pequenas porções. Não há espaço para o turista transitar. Andamos pela borda dos estandes, no chão molhado (por causa do gelo derretido) e toda hora levando buzinada dos carrinhos de transporte de mercadorias. A maioria dos fornecedores não tem paciência com turista e a área onde fica o mercado é suja. Ninguém contava com turista ali não.




Fora essas desvantagens, é incrível a variedade de frutos do mar que se pode ver por lá. Coisas inimagináveis e pedaços de atum gigantes. Dá pra acreditar que seja boi! Mesmo não sendo feito para turistas, claro que há visitada guiada paga (no Google dá pra encontrar agências que fazem). Acho que vale a pena. Senti falta de explicações sobre aquelas coisas coloridas e brilhosas. Ah, e o mercado não fede. Nem um pouquinho zinho!














Atum!


Nas redondezas do mercado, há vários pequenos restaurantes voltados para turistas. Contradição. Ouvi dizer que por lá seja um bom local para provar o Fugu, peixe venenoso que só pode ser servido por chef credenciado pelo governo, porque é necessário saber tirar o fígado do peixo sem contaminar a carne. O Imperador do Japão é proibido de comê-lo, para sua própria segurança. Não encontrei por lá (também não procurei). O peixe, não o Imperador.



Aquela história de levantar de madrugada pra chegar no mercado às 4 da matina para assistir o leilão de atum parece que não vale mais a pena. Li em vários sites que o turistas não é mais bem aceito no leilão e inclusive estão sendo barrados. Além disso, para chegar lá de madrugada, é recomendado pegar um táxi (já que nessa hora não tem transporte público funcionando e a pé pode não ser seguro) o que custa uma fortuna.

Fiquei um pouco chocada com a região do centro onde fica o mercado Tsukishi: é suja! Único lugar sujo que vi no Japão, com gente jogando toco de cigarro no chão....Era tão diferente do resto do país que virou atração turística pra mim.

Sobre Tóquio, por enquanto, é isso. Vou postar sobre o restante das coisas em outro post. Ou em outros dois.

Beijocas. Vanessa.