terça-feira, 21 de setembro de 2010

Europa 2010 - Roteiro: Holanda - Bélgica - Luxemburgo - Alemanha. Post 1 - Rumo à Amsterdan: Bsb/Lisboa/Amsterdan

Pessoas, 

a gente gosta de viajar, vocês sabem, né? Então, em julho desse ano programamos um tur pela zuropa, pra beber cerveja, ver a Regina Spektor, andar de bicicleta, apreciar belezas e exercer a arte da felicidade de forma geral.

A rota foi: Holanda (Amsterdan, Nijverdal, Gierthoorn, Castelo De Haar), Bélgica (Westvleteren e Bruges), Luxemburgo e Alemanha ( Wurzburg, Rottemburg ob de Tauber, Augsburg, Füssen - rota romântica - e Munique). 15 dias, com direito a um Audi A3 que me fez muito feliz.


Dessa vez, não fizemos viagens de trem. Como a rota romântica na Alemanha se faz melhor de carro, optamos por fazer todo o resto de carro também. Alugamos na Sixty, 500 euros por 10 dias. No papel, um Volvo C 30. Na hora H, um Audi A3. Não sei se a troca foi justa, mas me amarrei!!!


Achamos excelente viajar de carro!  É muito mais confortável e permite compras. Por exemplo, se estivéssemos de trem, não poderíamos comprar nossa cafeteira.  Tínhamos controle dos nossos horários, liberdade para mudar o roteiro. Além da oportunidade de dirigir um carrão. Tudo bem que meu Audi A3 lá era tipo o Pálio daqui, mas eu tava me achando. De Ka pra Audi tem muita diferença!!!!


As estradas são sempre perfeitas e sinalizadas e o GPS, que compramos em Amsterdan já com mapas europeus, tem uma precisão ilógica. 


É imperdível dirigir nas autobans alemãs. A velocidade lá é mínima. Andar devagar demais atrapalha o trânsito. Perdi as contas de quantas vezes eu estava a 150 ou 160 km/h e era ultrapassada por algum carro ultra veloz daqueles tipos que a gente vê no Auto Esporte. Naqueles dias, finalmente entendi pra que serve um Porsche ou esses carros do tipo.


Quanto ao custo, alugar carro ficou pouco mais caro, mas um tanto que compensa. Não fiz as contas no papel, mas me mais ou menos que os trechos de trem daria pouco mais de R$ 1.000,00. Os custos do carro, incluindo gasolina e estacionamentos, uns R$ 1.400,00 talvez.


Chegamos em Amsterdan depois de um atrasado vôo da TAP. Perdemos umas 6 horas na cidade dos canais em aeroportos chatos. Além do atraso do vôo BSB-Lisboa (que nos rendeu auxílio-alimentação, e comemos de grátis no Albatroz), o Lisboa-Amsterdan também atrasou. Em Brasília, fizemos amizade na fila: Alexandre Tadeu e Cecília Escobar.  Combinamos de trocar fotos e informações e eu sou do tipo que mando mesmo, mas cadê as anotações???? Em Lisboa, mesmo no aeroporto, foi possível se divertir um pouquinho: tinha uma lanchonete da Harrods lá! Daí, rolou crepe de salmão defumado (menos de 4 euros; lembro que Harrods em Londres tinha muita comida boa e bem barata também) e sanduba de frango e ovos (por 3,60 euros). E, como estávamos em Lisboa, não poderíamos ir embora sem provar o pastel de nata, ora pois. Gostei. Massinha folheada de textura agradável e recheio doce suave, por 1,80 euros cada. 




Depois de comer, passamos no freeshop e mais uma vez o Vinicius se deu conta da sorte em me achar: nenhum compra. Mais espera, mais fila, nova amizade na fila (com uma novaiorquina, e pasmém! era ela legal. é que os pais são brasileiros :))

Chegamos em Amsterdan, no aeroporto Schipol. De trem, fomos para o centro da cidade e a pé até nosso hotel. Como é bom chegar!! Mesmo cansados da viagem, parece que respirar um novo ar, estar num lugar diferente, reconhecer lugares que vimos por fotos, dá uma revigorada tão boa! Aí fomos felizes com nossas malas seguindo o trajeto que a novaiorquina que era legal nos indicou. 





Continuação: Amsterdan

Europa 2010 - Roteiro: Holanda - Bélgica - Luxemburgo - Alemanha. Post 2 - Holanda - Amsterdan

Ficamos no Hotel Van Onna, em Joordan, bairro fofo, com flores e adivinhem??? Gatos! Sim, felinos lindos com os quais cruzávamos quando íamos e quando voltávamos.


O hotel era como esperado: simples, mas limpinho. Por 90 euros a diário pro casal, com café da manhã, internet e atendimento satisfatório. Nosso quarto, no 4º andar, me fez queimar todas as calorias adquiridas naqueles dias. Elevador??? Ah, você tá na Europa, bem. Prédios antigos, estreitos e se quiser elevador, tem que desembolsar muito! E nós preferimos gastar mais com cerveja e comida que com elevador. E escada faz bem pra saúde. No mais, de férias, viajando, pelo Velho Mundo, se você danar a reclamar demais, volta e procura um terapeuta.


"rua" do nosso hotel

Enfim. O café da manhã era muito bom! Servido na mesa com: chá ou café, leite, água, torradas, ovo cozido, geléia (uma tão tão deliciosa que sinto saudades até hoje), manteiga (das boas), queijo, presunto e chocolate granulado. Sabe pra que? Pra comer com pão e manteiga. Hein? Sim, é isso: pão, manteiga e granulado de chocolate. Essa iguaria tem até um nome, é bem tradicional por lá. Não, não é bom.


Nessa noite, andamos pelo bairro, morri de paixão pelos gatos, apreciamos as pontes, as flores, as pessoas, as vitrines. É, as vitrines. Porque aquela gente é muito livre, muito determinado a usar o que bem entender. E ninguém tá nem aí. O importante é ser educado, se importar com as pessoas e bichos e não jogar lixo na rua. Observe:



Paramos num bar/restaurante, chamado ROEM, mas pedimos um misto de salsichas alemãs. Queríamos alguma La Trape, esse lugar não tinha, mas deu a dica: procura algum lugar que tenha a placa da Bavaria.


Saindo de lá, olhamos pros lados procurando por uma placa da Bavaria e bingo! O vizinho tinha. Chegamos na porta e era uma portinha tão estreita que parecia residencial. Empurrei e fui entrando, esperando que alguém nos expulsasse. Que nada! Sabe quando você acha que ganhou na loteria por cair num lugar tão improvável? Foi lá: no De Twee  Zwaantjes.

Tinha um balcão, bancos altos ao redor, e algumas mesas ao lado, num pequenino salão. Era escurinho. As pessoas dali eram todas nativas. Nada de turista. Tinha um sistema de som, e as duas garotas, de meia idade, que serviam as bebidas, e uma delas também comandava o som e o microfone. Sentamos, pedimos uma La Trape e observamos. Era tipo um karaokê. Mas bem informal, com umas pessoas que cantavam muitíssimo bem e pareciam amigos há tempos. Um falava: toca essa. A música era posta e o microfone era entregue. Uma velharia que cantava bem se divertia ali!!! Até que perguntaram de onde nós éramos. Falamos: Brasil. Depois de uma leve zoação em razão da nossa derrota na copa do mundo pra eles, colocaram Garota de Ipanema e me entregaram o microfone! Cantei, em português. A moça de meia idade que servia a cerva e cantava bem fez a segunda voz em inglês. Bebemos mais. Cantamos mais. Rimos demais. E fomos embora, com a certeza de que a viagem poderia acabar ali e gente já voltaria feliz.




Num dos nossos dois dias em Amsterdan fomos recepcionados por Fred e Rubilene; ele, holandês; ela, casada com ele e prima do pai. Passaram o dia conosco nos guiaram pelas ruelas e canais. Fomos ao zoológico Natura Artis Magistra, lógico. Foi o primeiro lugar que disse que queria ir :) O zoo é grande, bonito, educável e caro: 18,50 euros a entrada. Tem aquário, exposições, planetário e o melhor de tudo: uma girafa criança! Não sei precisar a idade da mocinha. Só sei que agradeci a todos os deuses por não ter aberto mão do zoológico (sim, às vezes rola uma pressão). É tão difícil de se vê girafas baixinhas por aí que quando nasce alguma no mundo sempre sai na Globo.com e afins. Almoçamos por lá mesmo, junto aos flamingos, e de lá fomos de bonde pro centro, prum passeio de barco pelos canais.


O passeio de barco é um excelente forma de dar uma olhada geral na cidade e perceber detalhes que os guias indicam (como a menor casa do Amsterdan, que tem exatamente a largura de uma porta, e alguns andares. Construída assim para pagar menos imposto).  

O Red Light District é interessante, mas baixo astral. Garotas (tô sendo generosa, hein...tinha umas quarentonas) feias, travecos idem. Tipo puta baixo nível de classificados de jornal, sabe?Algumas sentadas, outras escoradas na parede mexendo no celular, com uma cara de "essa hora não passa". Outras mais animadinhas, com música alta se maquiando em frente ao espelho e ensaiando timidamente alguma performance. É óbvio que tem que ir, mas se a expectativa da viagem for em relação a isso, melou tudo.

Casa de Anne Frank é incrível. Histórica, triste, comovente e instrutiva. Vale muito a pena! Custa 8,50 euros a entrada e SEMPRE tem fila. Nosso hotel era muito perto, então sempre a gente dava uma passada pra ver se rolava de ir. Até que resolvemos chegar meia hora antes de abrir, às 9h, e deu certo: apenas 1 casal na nossa frente, e conseguimos entrar na primeira leva.. É possível comprar o ingresso agendado pelo site, evitando filas e tals.

Museu da Resistência: não vale a pena. Depois de 5 minutos lá dentro, eu disse: "amor, vamos embora?"; e ele: "mas a gente já pagou."; e eu: "já perdemos dinheiro, vamos perder tempo também?". Aqui foi um tiro no pé. Por dica da Fernanda, fomos nessa joça. A parada é a seguinte: se você é super conhecedor da 2ª guerra e quer detalhes da estratégia holandesa, além de ter paciência de ler painéis e mais painéis, vai adorar. Sim, a Fernanda é super nerd. Muito mais que a gente. Resumo da ópera: esperei o Vinicius sentada por quase 1 hora. E não, não fomos no Museu do Van Gogh. Merda!

Coisa boa e bonita são os parques, né? Em Amsterdan, o Vondelpark rouba a cena. Imenso, bem verde, perto dos museus, e onde as pessoas tomam sol, namoram, bebem cerveja, conversam, andam de patins, correm. Momentos de relaxamento garantidas.

Beerbike: não fizemos, e isso me dói. É um passeio numa "bike" pedalada por várias pessoas tomando cerveja. Tem um motorista e, possivelmente, guia. Isso sim é jeito divertido de conhecer a cidade! 



Hempshopper, casa especializada em produtos feitos com maconha, é curiosa. Tem roupa de maconha, chiclete, chocolate, cosméticos....Não me lembro dos preços direito, mas não me interessei por nada. Achei tudo com cara de produto fuleiro.

 A placa I AMSTERDAM, na Museumplein é liiiiinda. É difícil fazer uma boa foto, sempre tem milhares de pessoas. Mas lembre-se: a persistência é a caminho do êxito.


Se tiver idade e coragem, por que não isso?






Vá ao De Beiaard tomar cerveja. Trapista. Barata. Tipo "tamos no paraíso". E aí vieram:








Infelizmente, não anotei as impressões de cada uma. Mas, gente, a única trapista ruim é a Orval. Parece que você tá comendo flor. De resto, senta o pé que vale a pena! A Hertog, essa que a garrafa parece da reserva de Tarapacá, não é trapista. Mas olha como é bonita.

Nesse dia, tinha jogo da Holanda X Uruguai da Copa do Mundo. Por lá, ouvimos dizer que a praça onde passava o jogo no telão, a , era perto e tals. Daí, no intervalo do jogo fomos pra lá. Não foi perto como pensamos, mas depois tantas trapistas, em Amsterdan, alguém se importa com alguma coisa? Nós, não. Chegamos na praça e foi uma diversão, já relatada aqui aqui

Se quiser comprar cervejas, passe no De Bierkoning. É uma super distribuidora, com milhões de tipos de cervas. Não dá pra tomar lá. Do ladinho dele, tem um pub inglês, chamado O'Reillys. o tesouro de lá? Pint da Guinness por 5,40 euros, acompanhado de homefries.

Para mais cerveja, visite o pub Arendnest, especializado em cervejas holandesas. Marcou a La Trape Isid'or, uma amber que voltou a ser produzida e é muito boa. Não lembro se bebemos alguma inédita. Nesse dia, sentaram conosco duas senhoras italiana, a Patrizia e a Phina, que não falavam inglês, nem português, e nós não falamos italiano. Conversamos por mímicas, trocamos e-mails e nos divertimos.

Coma na Bagels nad Beans. Tem bastante por lá e os sandubinhas são muito gostosos! Os sucos também deliciosos.

Dicas gerais:

  • todo mundo fala que 2 dias é o bastante para Amsterdan. Não achei mesmo!!!! Passamos dois dias cheios e a lista de coisas que não fizemos, mas queríamos, é maior que a lista de coisas feitas. Só em museus, se vai pelo menos 1 dia (para os tradicionais Casa de Anne Frank, Van Gogh museum, Rijksmuseum)  pra quem é humano e precisa de pausa e comida entre um e outro. E explorar a cidade de bike? E o Beerbike? Ir calmamente no zoo? Se perder na cidade com os bondes? Curiar as lojas de maconha? Entrar nas lojas esquisitas que vendem miniatura de órgão humanos, caveiras e coisas do tipo? Ah, e as cervejas? Cara, você tá perto da Bélgica e Alemanha, não pode se furtar a provar cervejas de mil tipos, aromas, sabores e texturas. E tem a Heineken Experience. Sério, 3 dias cheios lá, no mínimo, se quiser realmente sentir e conhecer Amsterdan. Eu indicaria 4.
  • apesar de associadíssima à sexo e drogas, a cidade é muito mais que isso. Essas vertentes são apenas um leve detalhe que atraem alguns turistas e desagradam a outros. Não é o que eles tem de melhor, e eu, que sou moderninha, achei essa parte completamente submundo. 
  • cuidado com a  hora. De forma geral, restaurantes fecham cedo, por volta das 21h. Dá pra crê? Nem parece coisa de capital (em Paris, no verão, tudo funciona até tarde, mesmo museus e atrações gerais). Programe-se para não cair em ciladas (leia-se única opção), tipo pagar 11,50 euros numa pizza na Pizzeria Venezia Del Nord (tipo a Genérica) porque era o que tinha aberto perto do hotel por volta das 22h. 
  • se você for como eu enlouquece quando vê cerejas, respira fundo, acalme-se, e pergunte o preço antes. Senão, pode acontecer isso, ó: andando muito feliz - avista uma banca de frutinhas - vai até lá, pega um saco e coloca algumas cerejas linda - vai ao caixa - coloca o saquinho na balança - te cobram 9 euros - você pergunta quanto é o kilo - te respondem: 20 euros - você fica com vergonha de desfazer tudo, paga, vai embora e quer morrer - outro dia, na parte não turística da cidade, compra cerejas por 4 euros o kilo - quer morrer de novo.
  • quem manda naquele trânsito aparentemente louco é o ciclista, ok?  Observe com calma que logo compreenderá os sinais indicativos de seta ou freio que eles fazem com os braços, organizando a aparente bagunça. 
  • impressione-se com o que eles são capazes de fazer com suas bicicletas. Digno de comentários vimos gente levando cadeira (uma mão guiando a bike, outra segurando a cadeira na parte de trás, e ainda fazendo os sinais indicativos da direção), uma mãe levando junto ao peito um bebê tão minúsculo que só podia ser um recém-nascido. 

Europa 2010 - Roteira: Holanda - Bélgica - Luxemburgo - Alemanha. Post 3 - Holanda - Nijverdal/Giethoorn/Castelo de Haar

Numa das noites, fomos com Fred e Rubilene pra casa deles em Nijverdal, onde dormiríamos para no dia seguinte conhecer Giethoorn e o castela De Haar. 


O caminho de  Amsterdan para Nijverdal (e todos os outros que fizemos de carro, na verdade) são encantadoramente lindos: estradas perfeitas, gramado incrível e imensas vacas holandesas enfeitando tudo! Amei!!!! As casas todas no mesmo estilo, com telhados triangulares (por causa da neve), sempre rodeada de um jardim bem cuidado. Tudo parece cenográfico.


Em Nijverdal, acordamos, tomamos um ótimo café da manhã, ganhamos dicas e mapas do Fred e zarpamos com ele em direção à Giethoorn. No caminho, paramos num clássico moinho de madeira, a cara da Holanda! 



Giethoorn é uma cidadela encantadora onde não entram carros! Ela está disposta entre canais e a circulação se faz por barcos, ou bicicletas. Chegando lá, deixamos o carro num estacionamento na entrada da cidade e alugamos um barco, pilotado pelo Fred. Junto com o barco, vem um mapinha com sugestões de rota. Optamos pela mais curta, que leva em torno de 1 hora. Foi o suficiente pra sentir o clima do local e imaginar como seria viver ali! As casas são todas lindas com jardins tão bem cuidados que tudo parece um cenário! 


estacionamento de barcos

Depois do passeio, devolvemos o barco e voltamos a pé pra almoçar. Sentamos no Grand Cafe Fanfare. Fanfare é fanfarra, que remete à banda ou grupo musical. Por sorte, tinha um grupo de velhinhos simpáticos com seus instrumentos musicais fazendo um barulhinho bem agradável.  Fizemos nossos pedidos e a comida estava toda realmente muito boa! Eu de misto quente, chamado de Tosti Ham Kaas, por 4 euros, por pura preguiça de tentar entender o cardápio em holandês, mesmo com o Fred disposto a traduzir item por item. E de vinho branco, por 3,60 euros a taça.





De Gierthoorn, partimos para o Castelo de Haar, em Utrecht. O trajeto foi longo, e eu e Vinicius caimos no sono. Sorte que o Fred não :) Foi bem legal! Castelo lindo, protegido por água, pois como a Holanda é plana, a casa de quem manda é rodeada por água, provavelmente com alguns jacarés. Não lembro quanto custou a entrada no castelo, pois o Fred fez a gentileza de pagar. Acho que uns 5 euros. E o estacionamento também era pago, mais uns 5, talvez. Não visitamos o interior do castelo, pois estava em reforma, e se preparando para um festival de flores.  






Depois disso, Fred nos devolveu na estação de Weesp, pertinho de Amsterdan, pegamos o trem e voltamos pro hotel em Amsterdan, mesmo quarto, mesmo andar (4º andar, sem elevador).

Europa 2010 - Roteiro: Holanda - Bélgica - Luxemburgo - Alemanha. Post 4 - Bélgica - Westvleteren/Bruges

Da Holanda, nosso próximo destino era Bélgica. Primeiro em  Westvleteren, onde só passaríamos, e depois Bruges, onde passamos duas noites. 


Westvleteren é uma pequenina província no oeste da Bélgica, na região de Flanders, pertinho de Bruges. É conhecida pela famosa cerveja trapistas produzidas na Abadia de Sint Sixtus.





Só? Não, pessoas....a tal cerveja já foi eleita a melhor cerveja do mundo e não é comercializada. E como faz? Simples, tem que ir até lá. Estando lá, você pode ir ao In de Vrede, restaurante da Abadia, e se fartar; no In de Vrede tem uma lojinha, onde é possível comprar 6 unidades da cerveja por pessoa, e taças e coisinha bonitinhas da marca deles; se quiser mesmo comprar mais que 6 unidades, pode ficar de olho na agenda que tem no site da Abadia, na qual eles dizem que diz terá tal cerveja disponível, e quando elas poderão ser reservadas. Daí no dia da reserva você liga, depois de umas 123 tentativas você consegue finalmente ser atendido, e em belga diz que quer reservar  tal tipo de cerveja. E no dia "d" vai buscar. A gente optou pro ir no In de Vrede e trazer apenas 12 preciosas garrafinhas conosco.







A abadia produz  3 tipos de cerveja: a blonde, e duas escuras, chamadas de número 8 e número 12. Provamos todas; nos apaixonamos pela 8. Tanto que nem lembrei de tirar foto da 8. Fiquei num estado de transe.






A blonde é bem bacana, mas depois da De Garre (chegaremos nessa, nesse post, mais abaixo) ela perdeu um pouco o encanto. A 12 é obviamente muito boa, mas não percebi nenhum diferencial em relação às demais super escuras já provadas. Agora, a 8.... nunca provei nada igual. A bichana é avermelhada e capaz de provocar sensações tão diversas no paladar que nem sei explicar. Ela arde um pouco, pinica outro pouco, é amarga, mas também doce, tem presença e deixa memória.

O Thyago, amigo cervejeiro que primeiramente nos falou sobre a Abadia de Sint Sixtus, merecidamente ganhou de presente uma garrafinha da 8 e eis a descrição dele:



"O que dizer desta que é considerada por muitos a melhor cerveja do mundo? Posso garantir que tudo que dizem é pouco diante da perfeição dessa breja. Do começo ao fim, ela encanta. A aura de mistério que a circunda não é sem razão. Começa pela garrafa, rústica, frugal, sem rótulo - os monges têm muito a nos ensinar... Despejada no copo, mostra sua beleza (coloração maravilhosa, escura, com creme claro, denso e persistente) e seus aromas - de uma complexidade muito grande, mas ao mesmo tempo de um equilíbrio inacreditável. No paladar, comprova toda sua fama. Simplesmente não é possível descrever todos os sabores que se sucedem. Eu poderia tentar listar - malte, frutado, cravo, especiarias, lúpulo e floral, café, madeira, chocolate, etc. etc. etc. etc... - mas não conseguiria descrevê-la por completo. A textura é incomparável. Apenas experimentando é que se tem a real noção do que essa cerveja é. Mesmo depois de engolida, as sensações deliciosas continuam se sucedendo. Simplesmente inacreditável! Não sei se é "a melhor cerveja do mundo", mas sem dúvida nenhuma é a melhor que já provei."



Comemos por lá. Novamente o Vinicius usou a técnica de apontar no cardápio e pedir qualquer coisa e veio essa coisa estranha: uma gelatina com pedaço de frango dentro. Era ruim....



Dica: o bar não abre na sexta-feira. É dia de rezar e agradecer por poderem beber a 8 todos os outros dias, gente!!!!

De lá, partimos pra Bruges, sempre muito bem orientados por Maria, a senhora portuguesa que nos guiava através do GPS. 


estradinha entre Westvleteren e Bruges

Nossa segunda vez em Bruges parece que foi ainda melhor que a primeira, que vc pode ver aqui.  Chegar sabendo o que vai encontrar, ir logo em busca das preferências deixa tudo mais agradável. Apreciar novamente aquela arquitetura tão peculiar, as ruelas, os canais, as pessoas me deixaram ainda mais apaixonada pela cidade. Bruges entrou no roteiro por causa do Cactus Festival, que teve a Regina Spektor. Na verdade mesmo, descobri que a Regina se apresentaria ali, e esse foi o gatilho pra todo o roteiro :) O show, completamente inesperado, já foi relatado aqui.






Sobre o Cactus Festival, tudo perfeito, né? Mega organizado, horários cumpridos, banheiros limpíssimo (era pago, justificado por ter uma pessoa que entrava no box antes de você para verificar se estava tudo certo pra você usar) pessoas tranqüilas e de todas as idades! Mesmo. Cada qual com suas atribuições. As pessoas maiores bebiam, fumavam e assistiam aos shows. As de pouca idade recolhiam os copos e garrafas de plástico e trocava cada um por 10 centavos de euro. Era cheio de criança pra lá e pra cá recolhendo os descartáveis, deixando tudo limpinho e fazendo a mesada do mês.  Exemplo de educação infantil sem hipocrisia.

Em Bruges, deixamos o carro no estacionamento da estação de trem (muito barato, menos de 3 euros por dia). Ficamos hospedados no In Bruges Bed & Breakfast, hotel do Vicent, que foi quem nos recebeu muito bem no ano anterior, quando estivemos no Passage, e dessa vez não foi diferente: o cara é de uma simpatia e gentileza cativante, fala um pouco de português e ama o Brasil. Por 89 euros, ficamos num quarto supimpa chamado Chill Out Lounge, com uma criativa decoração, que é possível alterar (esses quadrados são removíveis e fixam na parede com velcro, dai você pode mudar a disposição), e um super café da manhã servido no quarto, na hora que quiséssemos. Quando chegamos, uma das paredes estava assim:


Quando saimos, a deixamos assim:









Espiem o café da manhã e a bela mesinha na ante-sala:


Esse cartaz é real. Existe um filme filmado por lá, em português chama-se "Na mira do chefe"


Logo partimos em busca do Staminée de Garre, dica descoberta no www.brejas.com.br. O Staminée é um pub minúsculo e bizarro localizado no final de um estreito beco de Bruges. Só chega lá quem já sabe da existência dele, e ainda assim dá medo de cruzar aquela porta feia  e andar por um corredor de época medieval que parece que vai dar em nada. Nunca vai acontecer de alguém passar por lá e dizer "bóra sentar".  Fica na rua Breidelstraat, entre a praça do Markt e a prefeitura, o Burg. A entrada do beco é bem em frente a placa de madeira na rua aí na foto, que, lógico, não indicava o Staminée.





Então, lá também se produz uma cerveja, chamada de Tripel de Garre. Essa não é comercializada nem para uso pessoal, como a de Westvleteren. Mas também não tem o título de trapista. Whatever. Só pode ser consumida lá, e diz a lenda que apenas em até 3 quantidades. E foi essa bendita que tirou o posto de melhor do mundo da blond de westvleteren. A de Garre é encorpada, parece um milk shake. Tem presença, desce pesada, porém macia, e te conquista porque não é enjoativa. Como já havia dito milhares de vezes, Bruges é o paraíso na terra. Aliás, ali é terra?





Estando por lá, aproveitamos para provar as outras trapistas que faltavam: Orval, Achel e Chimay. A Orval é ruim. Florida demais, aberta demais. Sensação de tá comendo um ramalhete. Mas é uma trapista, tem posto, e por isso a foto.



A Achel e Chimay, depois da de Garre, que amamos, e da Orval, que odiamos, não conseguiram se fazer presentes. A única coisa que lembro sobre elas é que não desagradou, o que já é positivo :) 





Nessa visita á Bruges, alugamos biciletas, cruzamos fronteira, e fomos à praia! Foi um passeio super legal. Fizemos Bruges, Damme, Sluis (Holanda), Zwin e Knokke. 



Cruzamos com essa figura, de Damme, pilotando essa bicicleta.

Foram 2 horas de passeio por um caminho lindo, ora ladeado por canal, ora por uma reserva de aves. Knokke, ponto final, é um balneário chique pra caramba, com gente podre de rica e carros inacreditáveis. De loja barata lá, só vi a Lacoste. Pra voltar, colocamos as bikes no trem e voltamos bem sentados e confortáveis. Nesse dia, percebi que não sou mais uma atleta (eu era, corria 10km).

Já em Bruges, mais descansados, pedalamos um pouco mais, fotografamos e eu comecei a ter certeza de que quero passar uns 20 dias de férias por lá. Pra poder enjoar de tanta vista bonita e tanta cerveja boa e barata. 







Próximo destino: Luxemburgo

Europa 2010 - Roteiro: Holanda - Bélgica - Luxemburgo - Alemanha. Post 6 - Rota Romântica - 1ª parada: Wurzburg

De Luxemburgo fomos para a Alemanha. A primeira parada da Estrada Romântica foi Wurzburg. Nessa parte da viagem, já na Alemanha, a paisagem começa a mudar bastante: muitas montanhas, estrada com curvas.



Pelo interior da Alemanha, reina a língua alemã. Cardápios em alemão, e as pessoas quase não falam inglês. Um guia de conversação é fundamental!!!

Fiamos no Hotel Lowen, reservado pelo booking.com.  Na vardade, o hotel fica em Randersacker, uma cidade de tamanho inacreditável a 5 km de Wurzburg. Randersacker deve ter uma rua principal e umas 4 ou 5  ruelas que a cruzam. É bastante conhecida pelos vinhos brancos que produz. Inclusive, esse hotel é de uma vinícula, que já ganhou prêmios e tals. Pelas paredes é cheio de diplomas.

A diária com café da manhã (razoável para bom) foi 72 euros. Excelente preço para o padrão do hotel, que tinha elevador, estacionamento próprio, restaurante conceituado e quarto decente. Além do atendimento bem familiar, que, mesmo num péssimo inglês, conseguiram nos servir boa comida e nos receber muito bem.



Wurzburg é uma cidadezinha que tem de interessante mesmo um imenso palácio chamado Residenz, que inspirou Napoleão a construir o Versailles. E deu certo. Versailles é uma cópia ampliada do Residenz, tanto na parte externa, em formato de "u", quanto na interna, coma  decoração super carregada em detalhes e cores. As semelhanças entre eles são muito evidentes! 



Só o jardim de Versailles que ganha desparadamente em tamanho e beleza, mas lá, como diz o Vinicius, o jardim representa um pequeno país. Não pode perder o Residenz: tem o maior afresco (pintura de teto) do mundo, molduras e móveis incríveis, e mesmo o breguíssimo quarto dos espelhos merece a visita, de tão peculiar que é.

Passamos pela cidade num domingo, então a cidade tava totalmente deserta, quase tudo fechado. E, mesmo por fora, nada encantou muito. Estaca um calor infernal, tipo 33 graus, o que brecava a possibilidade de perambular atrás de alguma atração! Sentamos, tomamos uma cerveja e uma taça de vinho branco, especialidade da região. 

Daí, partimos de carro para o Festung Marienberg é uma fortaleza construída em uma colina. Lá de cima a vista é bonita e rende boas fotos.

Voltamos pro hotel, banhamos e, como chegava a hora da grande final do Campeonato Mundial de Futebol 2010: Holanda X Espanha, fomos andando pelas poucas ruas em busca de um local pra ver o jogo. Achamos (com dificuldade, o que parece impossível pelo tamanho do local, mas era escondido), sentamos, bebemos, comemos, torcemos pra Holanda, perdemos e voltamos pro hotel.

Do boteco que vimos o jogo, o grego chamado Syrtaki, que deve ser o único por lá, merece destacar a comida deliciosa, de qualidade mesmo, e o banheiro masculino, uma diversão pros meninos:


Do todo, concluo que talvez, se o tempo tiver apertado, vale mais a pena apenas passar pela cidade, mas não dormir por lá. Encontramos uns brasileiros no Residenz que estavam fazendo isso: foram visitar o palácio, mas já iam seguir viagem e dormir em Rothenburg, que foi nosso próximo destino. Achei a opção deles mais acertada. Só que, um dos brasileiros do grupo morou na Alemanha muitos anos e já tinha as manhas. E eu, buscando informações para montar o roteiro na internet e no guia da Folha, só vi que tinha que dormir por lá. Não foi ruim, vimos o jogo, descansamos...aquela vidinha de viajante bem boa...mas vale a pena considerar a outra opção.

Próximo destino: Rothenburg ob der Tauber