segunda-feira, 31 de outubro de 2022

EUA 2022 - Motorhome com criança de 5 anos (Georgia, Alabama, Mississipi, Tennessee, Kentucky e Carolina do Norte) - Planejamento, roteiro resumido e dicas gerais.

 Lia, 

eita que esse ano de 2022 está animado! É aventura que não caba mais. Já teve Egito (post sairá, com fé!) e muito Goiás (Tauá, Chapada dos Veadeiros, rolê de motorhome).

Pura animação para o embarque!

Pra viagem de motorhome nos Estados Unidos, a mamãe pensou na Califórnia. Além de se uma viagem cênica bem linda e famosa, ainda teria parques da Disney para você. Era isso. Califórnia. Mamãe começou a saga da procura de passagens aéreas. Procura daqui, olha dali, acessa o Google Flights TODO santo dia, sem exceção (a persistência é o caminho do êxito), verifica se tem boas emissões com milhas. Tudo isso, todo dia. Até que, nas intermináveis consultas ao Google Flights, apareceu uns vôos para Atlanta com um preço muito camarada. 

Flexibilidade é algo fundamental para quem gosta de viajar muito. Nem sempre é a gente que escolhe o destino. Muitas vezes é o destino que nos escolhe. Não conhecemos Atlanta e nem a região ao redor dela.  Além disso, a Motorhome Trips, empresa com a qual estávamos conversando sobre o aluguel do motorhome, tinha também uma sugestão de roteiro saindo e chegando em Atlanta. Aí deu match!

Então bora!

Passagens Copa e Latam

As passagens para a Califórnia estavam por quase R$ 10.000,00 para nós três. Para Atlanta, o preço foi de R$ 5.000,00, voando Copa Airlines, em horários excelentes, com conexões curtas. O único porém foi que as opções com preço reduzido era saindo de Brasília, mas chegando em São Paulo. Então precisamos completar a passagem emitindo o trecho de São Paulo para Brasília na volta.  Mas até nisso a sorte estava conosco. Mamãe achou passagens no exato dia que precisávamos pela Latam por 5.000 milhas o trecho/pessoa em horário super compatível com a nossa chegada (nem tão perto, a ponto de qualquer atraso nos fazer perder o voo seguinte, mas nem tão longe a ponto de ser muito sofrido). A previsão era chegar em SP às 06h06 e nosso vôo Latam partiria às 12h25. Claro que até a data da viagem a Latam mudou o horário do nosso vôo várias vezes (como aconteceu na viagem do Egito - post em breve, tô reafirmando para não esquecer..rs), até nos colocar em um vôo que sairia de GRU às 19h!!!! Ou seja, teríamos mais de 12 horas de espera em Guarulhos. Ninguém merece.

Apesar de ter toda uma preparação psicológica e planos de como iríamos matar esse tempo, a mamãe chegou de volta ao Brasil decidida a ir conversar com a Latam pra ver se tinha algum vôo melhor pra gente. Primeiramente, perguntei para o funcionário que fica no embarque, controlando a fila do check-in e ele disse que como nosso vôo era direto, não seria possível fazer a trocar por um vôo com conexão, e as opções que tinham com vôos melhores eram todas com conexão. E, ainda, só poderíamos despachar as malas 4 horas antes do vôo. Nem daqueles trambolhos todos a gente poderia se livrar.

Mesmo assim, resolvi ir na loja da Latam. E não é que deu certo??? Fomos realocados para um vôo com conexão no Rio de Janeiro, saindo do GRU às 11h30, conexão de 1h30 no Santos Dumont e chegando em Brasília 16h. A sorte continuava conosco, pois eu e você viajamos de Premium Economy no primeiro trecho, encontramos por puro acaso a vovó Nélida no aeroporto do Rio de Janeiro e a Latam ainda creditou os pontos desses vôos, originalmente comprados com milhas!

Encontro inesperado no aeroporto. Na hora que você viu a vovó, saiu correndo em direção a ela gritaaaaannnddddooooooooo :-)

Sobre os vôos da Copa, apesar de as aeronaves que partem de Brasília serem um busão (as aeronaves que partem e chegam em GRU são mais modernas (daquelas que tem classe executiva de verdade - foi a aeronave que pegamos na volta, mas na classe executiva, quem me dera), o vôo é rápido, nunca atrasou conosco e a comida é boa. Na ida, o vôo partiu 02 da manhã. Você embarcou dormindo (dormiu na sala Vip em Brasília) e só acordou no Panamá, filha, com o barulho dos passageiros se levantando, quando o avião já estava parado. A Copa nunca se importou de você estar deitada na aterrisagem e decolagem, desde que esteja de cinto de segurança, claro. E eu amo isso porque já tivemos que te acordar pra que você sentasse em uma ou duas ocasiões em outras cias aéreas.


Se a mamãe não fica acordada, a gente perderia o primeiro voo q saiu de Brasília às 2 da manhã. Você só acordou no Panamá, filha!


Além disso, outra coisa que amamos é que quem pilotou o avião entre Brasília e Panamá foi umA comandante! 

Divertido foi você chateada porque dormiu e "perdeu" o vôo. Demorei pra entender, mas depois saquei que você achou que tinha deixado de ganhar brinquedos porque ainda se lembrava dos milhares de mimos que ganhou da Qatar quando fomos para o Egito :-) Expliquei que a Copa é um pouco diferente, mas você ainda não se convenceu. 

Nosso bilhete aéreo não tinha bagagem despachada incluída. Além da mala gigante que íamos despachar (levamos lençóis, toalhas, cobertas - tudo pra fugir das taxas absurdas cobradas pela Cruise America por esses itens e também das compras em dólares), fiquei em dúvida se precisava também pagar para despachar seu carrinho (um Maclaren Quest, esse modelo, que dobra tipo guarda chuva). Liguei na Copa e informaram que provavelmente não precisaria pagar, era só despachar na porta da aeronave. De fato, não houve cobrança para o carrinho e ainda deixaram despachar um das malas menores. Já a Latam confirmou que era preciso fazer a compra do despacho de bagagem para o carrinho. Como era só um vôo de volta no final da viagem, deixei pra comprar na hora. Sorte a nossa, porque não cobraram o despacho do carrinho :-)

No Panamá, fomos novamente para a sala vip Copa Club (benditos cartões de créditos e, especialmente, o conhecimento para usufruir dos benefícios!) aguardar nosso vôo. A comida oferecida nessa sala é beeeem fraca, mas o espaço é ótimo e você fez um monte de amiguinhos na brinquedoteca!

Chapéus decorando a sala vip Copa Club no aeroporto do Panamá

Brinquedoteca (sem brinquedos...rsrrs) Mas as crianças juntas se divertiram.


Aluguel e uso do Motorhome, a quem apelidamos carinhosamente de Rubble (da Patrulha Canina)

Passagens resolvidas, fomos negociar o motorhome com a Motorhome Trips. Eu já tinha lido tanto sobre a empresa que quase não verifiquei outros orçamentos. Olhei rapidamente em alguns sites, era mais ou menos a mesma coisa, mas sem ir atrás de preços reais. A empresa é brasileira, ela faz a ponte entre o cliente e a locadora do motorhome e todo o atendimento é em português. Além disso, eles também dão suporte na viagem em português e achei que para nossa primeira grande viagem desse tipo a segurança de alguém falando nossa língua seria confortável. 

Eles foram super atenciosos nas milhares de mensagens que trocamos até comprar as passagens fechar o local de retirada do motorhome. Depois do contrato fechado, propuseram uma reunião virtual para que a gente conversasse sobre o roteiro, sobre o motorhome e nos deram várias dicas legais para o momento da retirada. Durante a viagem, nos falamos alguma vezes pelos whatsapp para tirar dúvidas e relatar perrengues. 

Alugamos um modelo C25 da Cruise America. É um modelo mediano, para 5 adultos. Tem também o C19, ideal para 2 adultos e 1 criança, e mais fácil de dirigir e nossa primeira opção, mas por causa da disponibilidade ele ficava mais caro que o C25.  Tem vídeos com o interior do motorhome aqui (vídeo com fofurômetro explodindo!) e aqui (imagem melhor, mas sem emoção :-)).

O tipo de carteira exigida é a B, a mais comum no Brasil. É isso. Com habilitação de carro se pode dirigir um caminhão nos EUA...rsrsrsrsr. 

Alugamos o Motorhome por 16 dias. O valor foi de $2.485,35 e mais $182,84 no momento da retirada, pelos seguintes serviços: 1500 milhas pré-pagas (após US$ 0,38 por milha adicional), seguro do veículo SLI com cobertura até US$ 1.000.000,00 (franquia US$ 2.000,00 por incidente), taxas americanas e impostos brasileiros. Na retirada, é preciso cartão de crédito com limite disponível de $500 para caução. Ah!!! Tivemos desconto de $54 por dizer que a indicação da empresa foi pelo blog da Claudia, que é mesmo a minha grande referência em viagens :-)

Fomos instruídos a fazer uma ligação para a loja de Atlanta no dia anterior para agendar o horário da retirada do motorhome. Se não agendar, a retirada é no horário que der (tipo encaixe consulta médica). A gente contratou o Claro Américas (falo mais sobre isso abaixo), então a idéia era chegar em Atlanta e já ligar na loja, já que nossa retirada era no dia seguinte. Só que não conseguimos realizar ligações telefônicas quando chegamos em Atlanta. O 4G funcionava perfeitamente, mas as ligações não completavam. Perguntei pra Motorhome Trips pelo whatsapp se havia outra forma de comunicação com a loja, além dessa coisa arcaica de ligação telefônica, e disseram que não. Nosso voo chegou em Atlanta quase 15h e, até a gente chegar no hotel, de onde a gente poderia ligar, já iam ser quase 18h, hora que a loja fechava. Foi perrengue emocional, porque eu, ansiosa que sou, já estava estressada achando que a gente não ia conseguir retirar o motorhome em horário decente. Bom, depois de imigração, esperar mala, ônibus e metrô, chegamos no hotel quase 18h. Pedi pra recepcionista ligar na loja e adivinha? Caia numa mensagem de voz pedindo para mandar um e-mail para agendar a retirada. Mas por que raios não passam esse e-mail para a Motorhome Trips?? Como não entendi o e-mail pela mensagem de voz, pedi, novamente e gentilmente, pra recepcionista ligar de novo e ela mesma anotar o e-mail pra mim. Aí, nessa ligação, não tinha a mensagem de voz com o e-mail e sim que a loja estava fechada, porque já eram 18h. Aff. Toquei o dane-se. Fiz o que eu podia. 

No dia seguinte, resolvemos chegar no início da hora da retirada na loja, 13h. Na verdade, chegamos umas 12h e a retirada foi super rápida. Não tinha ninguém, além de nós. Perguntaram se a gente tinha assistido o vídeo sobre o motorhome que eles mandam (sim, assistimos, claro, mais de uma vez e com anotações), explicaram rapidamente o funcionamento das coisas, fizemos aquela vistoria para registrar danos existentes. Conferimos a geladeira e seguimos as dicas que o Francisco havia nos dado para o momento da retirada. Nos ofereceram um complemento do seguro para isentar a franquia em qualquer situação (nossa franquia era de $2000), mas não aceitamos (infelizmente! Rs). Assinamos papéis, passamos cartão e pronto. Foi coisa de meia hora. Detalhe: enquanto estávamos por lá, o telefone tocou alguma vezes e ninguém atendia. 

Teoricamente, o motorhome vem sem nada! Sem itens de cozinha e de cama, mesa e banho. A Cruise America cobra $75 por pessoa para os personal kit com itens de cama, mesa e banho (toalhas para corpo e mãos, travesseiro, fronha, lençol e saco de dormir) e $125 pelo vehicle provisioning kit, com itens de cozinha e limpeza (leia-se: uma vassoura). Achei absurdamente caro, especialmente o kit para banho e cama. Imagina pagar $225 por toalhas, lençóis e saco de dormir.  Por isso, resolvemos levar tudo, menos os travesseiros, por causa do volume. Já a parte de cozinha e limpeza, não dava pra sair levando panelas e facas, mesmo porque gastaríamos com despacho de mala, então decidimos comprar por  lá mesmo.

Acontece que quando fomos retirar o Rubble, tava tudo lá! Os kits pessoais e os de cozinha. E também nos emprestaram cadeiras de camping, uma torradeira e uma cafeteira. Disseram que os kits estavam incluído no preço. Não sei se foi uma confusão da locadora ou uma cortesia, mas vibramos internamente de alegria! Só de não ter o trabalho de escolher e comprar as coisas de cozinha.... E olha que a mamãe procurou algumas vezes "kits de cozinha para motorhome" pela internet, na esperança de já comprar e mandar entregar no hotel em Atlanta e evitar o corre ficar escolhendo talher e panela no mercado, mas não encontrei nada e ainda bem! 

As coisas de cozinha e a vassoura eram ótimas, compramos depois só uma espátula de silicone, uma frigideira pequena para ovos e um pegador de silicone. Já as toalhas e lençóis eram bem toscos. Velhos, machados. Olha, pagar $75 por aquela qualidade....eu ia morrer! Mesmo assim, usamos o kit fornecido pela Cruise America na primeira parte da viagem e o kit que nós levamos na segunda parte. 

Justiça seja feita: o saco de dormir era ótimo!!! E foi totalmente necessário, porque pegamos umas noites bem frias quando fomos para a região das montanhas e o bendito aquecedor do nosso motorhome não funcionava!!! As cobertinhas que levamos não davam pra nada sozinhas. A gente usava o saco de dormir e as cobertas. E, de manhã, na hora de levantar, era uma tortura. Passamos frio, não dá pra negar. Depois reclamei isso com a locadora, através da Motorhome Trips, e eles nos ofereceram um reembolso de $116,40 como indenização pelo transtorno. Bom, melhor que nada, na hora fiquei felizona porque não esperava, mas, agora, analisando friamente, considerando o valor da diária de mais ou menos $250 e o perrengue com o frio que passamos, além das roupas de frio que mamãe precisou comprar, o valor poderia ter sido maior. Mas teve os kits de cortesia, né... Enfim.

O tamanho do modelo C25 para nós três foi excelente. Grande até. A adaptação ao pouco espaço foi rápida demais. Poderia morar ali (fogão, ducha de banho, torneiras e pias tops, colchão confortável). Depois de muitos dias, mamãe só sentiu falta mesmo de um banho com alguns minutos de água caindo da cabeça aos pés. 

Let's bora!!!!




Sei que não preciso de tudo que tenho pra viver bem, mas essas experiências reforçam a certeza e nos lembra que vender o apartamento e usar boa parte do dinheiro para um sabático em uma viagem lenta de volta ao mundo é sim uma boa ideia.

Dirigir o C25 é tranquilo (como sempre, mamãe dirige, papai dá as coordenadas com o mapa). Tem direção hidráulica, é automático. Depois de uns dias, é até perigoso, porque a viagem vai fuindo, é confortável e a gente até esquece do tamanho do treco. Foi por causa dessa confiança e desse conforto que veio a primeira avaria ao carro. Sim, primeira...rsrsrsr. 

Tentamos passar num local com teto baixo, de 9 polegadas (o motorhome precisa de 12 polegadas de altura para passar), por pura distração. A sorte é que o teto não era tão baixo a ponto de bater o próprio motorhome, bateu somente na proteção da claraboia da frente. E também sorte porque o teto não era um pouco mais alto, a ponto de não pegar a proteção da primeira claraboia, mas pegar o ar condicionado, que fica logo depois. Nas duas hipóteses, teríamos que devolver o carro e imagina o perrengue. 

Tivemos a brilhante ideia de fazer a curva nessa rampa, mas esquecemos daquela parte rebaixada ali.

Sim, tinha uma placa alertando da altura. É comer mosca que fala? A altura do Rubble é de 12"

Olha, aqui tá escrito 12"

Barulho!!! Ainda bem que estragou só essa peça externa que protegia a claraboia :-)

Ali a parte que ficou desprotegida depois do fato.


Ligamos na Cruise America para relatar o problema.  Como estávamos em Nashville, disseram que poderíamos ir na loja da Cruise America de lá para eles verificarem. Ficaram de nos retornar pela manhã do dia seguinte para dar instruções de horário. Nunca ligaram. Ainda assim, fomos por conta na loja em Nashville. Olharam, viram que não tinha sido nada demais (era só manter a claraboia fechada), não tinham a peça para repor e mandaram seguir viagem. Pronto. Deixamos pra pensar no preju no fim da viagem (ou até a segunda avaria.....kkkkcrying).

A segunda avaria foi com o retrovisor do motorista. O caso é que o Rubble é largo e os retrovisores ultrapassam a largura do carro. Estávamos, no Great Smoky Mountains,  numa pista estreita e curvada. De repente, nosso retrovisor beijou o retrovisor do carro que vinha em sentido contrário. Não sei quem invadiu a pista de quem e mesmo se houve invasão, ou se eram apenas dois carros gigantes. Não vi o  outro carro, só ouvi um barulhão! O retrovisor rebateu e os espelhos quebraram. Seguimos (era o que se podia fazer, um monte de carro em sentido único em estradinha sem acostamento) e paramos quando achamos um estacionamento. Sem espelhos não dava pra seguir viagem. Tentamos ligar na Cruise America, já envergonhados, para informar a segunda avaria, mas a Claro, novamente, não ajudou (já explico o lance das ligações). Como tinha um camping pertinho, resolvemos ir até lá para pedir ajuda e pernoitar. 

O estrago!

O camping era o Smoker Holler RV Resort. Chegando lá, o papai desceu para pedir informações, pois não tínhamos reservas. Quando ele estava andando lá dentro com cara de perdido, apareceu o Larry. O Larry mora no camping há 8 anos e percebeu que a gente estava precisando de algo. Papai explicou pra ele o que aconteceu e ele nos emprestou um espelho para colocar no retrovisor. Disse que, com espelho, tava tudo bem e que a gente podia seguir viagem. Ficamos imensamente gratos, até pedimos uma foto com o cara. 

Super Larry e o espelho que ele nos emprestou.

Além disso, ele nos indicou uma loja de reparos de motorhome em Pigeon Forge, onde fomos no dia seguinte, mas não tivemos sucesso. Na verdade, fomos em duas lojas (uma indicada pela Cruise America depois que finalmente conseguimos ligar) e nada resolveu. Resultado: fomos no Walmart, compramos outro espelho - muito pior do que o que Larry nos emprestou, uma silver tape resistente e refizemos o retrovisor. Ficou ótimo, nem sei como o pessoal da Cruise America percebeu que não era o retrovisor original :-) 

O remendo aprimorado.



Quando devolvemos o motorhome, pegamos o espelho do Larry de volta. Daí, compramos um presente, escrevemos uma cartinha e pedimos pro Rafa e pra Marcele, residentes nos EUA e com quem encontramos no fim da viagem, enviarem pro Larry pelos correios. Espero que ele tenha recebido e ficado feliz, porque ele foi mesmo um anjo pra gente naquele momento de tensão e desespero.

Sobre a Cruise America, disseram que se a gente já tinha arranjado um espelho, não havia problema algum em continuar a viagem. Pronto. Perrengue encerrado. Pelo menos até chegar a conta!

As avarias nos custaram $500. Também nos cobraram $35 de multa pelo gás propano, porque o tanque não estava cheio. A gente conferiu apenas no controle interno do motorhome e achava que estava cheio, mas tinha que ter conferido no registro do tanque que fica do lado de fora. 


Internet para a viagem - Claro Américas

Dessa vez, resolvemos ativar o Plano Claro Américas para a viagem. O plano é anual e custa R$ 9,99 por mês, ou seja, R$ 120,00 por ano e permite que usar seu plano normalmente em qualquer viagem pelas Américas por 1 ano. É muito mais barato e confortável do que comprar chip.

Preços de alguns chips pré pagos na Best Byu

A internet funcionou perfeitamente. Já as ligações....Já começamos passando perrengue porque precisávamos ligar na locadora assim que chegássemos para agendar a retirada do Rubble e não conseguimos. Depois de fuçar muito e perguntar nas redes sociais, descobri que nem sempre a Claro conecta automaticamente com a rede disponível para ligações. A dica é ir em configurações de rede e conectar em alguma rede manualmente. Escolhe uma das opções que aparecem (AT&M, Verizon, T-Mobile) e vai testando. Alguma vai dar certo. Tivemos que fazer esse procedimento em alguns momentos da viagem, acho que porque a gente mudava muito de estado e cada um tinha uma rede adequada para a Claro. 

O custo benefício do Claro Américas excelente. Apesar do perrengue com as ligações, vamos combinar que hoje em dia a gente sobrevive muito bem com ligações por dados. Na nossa experiência, foi exceção nessa viagem precisar ligar pelos modos arcaicos. Sei que a Vivo também tem planos para viagens internacionais que valem a pena.

Nosso Roteiro

Chegamos em Atlanta numa quarta e pegamos o Rubble na quinta, dia 22 de setembro. O devolvemos dia 07 de outubro, uma sexta-feira.

Nossa rota foi pelos estados da Georgia, Alabama, Mississipi, Tennessee, Kentucky e Carolina do Norte. Percorremos uns 2.500 quilômetros e foi bem tranquilo, sem correria. Fomos com um roteiro em mente, mas sem nenhum pernoite cravado. O roteiro era só um norte, mas o andar da viagem é que ia definir onde e quando a gente pararia. Vai ter post específico detalhando o roteiro todinho, onde dormimos, abastecimentos, custos, etc.



A roteiro inicialmente não incluía Kentucky, mas, por causa do furacão Ian, a região do Great Smoky Mountains estava chovendo bastante bem nos dias que chegaríamos lá. 


Então a gente usufruiu das maravilhas de estar viajando de motorhome, sem nenhuma hospedagem paga ou amarras de qualquer tipo e mudou a rota. Fomos até  Mammoth Cave, onde tinha sol e céu azul e chegamos no Great Smoky Mountains uns dois dias depois (o que nos impediu de seguir um pouco adiante pela região das Blue Ridge Mountains, teremos que voltar!) , com o tempo já firme e o furacão longe.

Camping ou free overnight?

Numa viagem de motorhome, é possível dormir em campings ou passar a noite gratuitamente em algum lugar permitido.

Apesar de os campings não serem caros, por volta de $20 a $40 por noite (com algumas exceções), para o carro (e não por pessoa), eles são um pouco afastados dos centros e não precisar desembolsar esse valor todos os dias ajuda na economia da viagem.

Teoricamente, os campings servem para reabastecer a água limpa do motorhome, para despejar a água suja e lavar roupa. Então, a gente foi disposto a ficar o mínimo de noites possíveis em campings, só quando era mesmo necessário.

Só que achamos os campings muito legais!!! E achamos também que acordar no estacionamento do Walmart e similares é completamente diferente de acordar no meio do mato, na beira do lago, em meio à natureza. Teve um dia que acordamos com veados na nossa porta! Três deles. Daí que depois a gente achava bom o dia de usar camping :-) Não fosse o fato deles serem mais afastados, teríamos até usado mais. 

Ficamos hospedados 5 noites em camping e pernoitamos gratuitamente por 10 noites. Essa distribuição deu certo porque tivemos a oportunidade de encher o Rubble de água limpa e despejar em água suja sem necessariamente pernoitar no camping, seja pagando uma taxa só pelo uso da água em algum lugar, seja utilizando a água e fossa disponível (e gratuita!) no parque Great Smoky Mountains.

Os principais aplicativos que usamos para descobrir onde parar (de graça ou não) foram o RV Parky, Overnight Parking Finder e o park4night e o site Free Camping. Ah, e o Google também, claro. Sempre. 

Free camping em algum Walmart da vida

Free camping no estacionamento gigante da Ross e outras lojas.

Por incrível que pareça, esse foi o lugar de um dos pernoites gratuitos, no Bush Creek Park, em Waterloo, Alabama. Foi exceção, os outros 9 pernoites gratuitos foram em estacionamentos do Walmart, Ross Dress for Less, Publix e Cracker Barrel.

Camping  Baileys Point, em Scottville, Kentucky. Amamos essa pausa urbana e ficamos duas noites seguidas aqui. 

Camping Bald Ridge Creek em Cumming, na Georgia, onde ficamos na noite anterior à devolução do Rubble em Atlanta. Tinha uma prainha deliciosa!



Acho que as informações gerais são essas. 

Beijocas! Mamãe.