segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Hiroshima - Abril/2014

Pessoas,

de Osaka, fizemos um bate volta até Hiroshima.Usamos nosso JR Pass e fomos de trem bala :-) O objetivo do dia foi conhecer o jardim japonês de Hiroshima, o Shukkeien Garden, o Castelo de Hiroshima e região sede do exército durante a Segunda Guerra, a região chamada de Hiroshima Downtown e, claro, a região onde fica o Memorial da Paz, situada no local da explosão da Little Boy, bomba nuclear lançada pelos Estados Unidos em 06 de agosto de 1945, às 08h15.

Entre uma atração e outra, algumas pequenas alegrias. Afinal, Hiroshima é uma cidade japonesa como outra qualquer.






Entre a estação de trem e o jardim japonês, uma loja de guitarras antigas.


Kirins lupuladas! Amor, muito amor.

Cara inchada e sorvete de batata doce,

Das genialidades japonesas: já saem o katchup e a mostarda juntinho e na mesma proporção.

Honda Fit rosa: original de fábrica. Muitíssimo amor, gente!

O Shukkeien Garden é um típico jardim japonês: com pontes, lagos, peixes, tartarugas, sombra, calçadas. No Japão, é cenário para fotos de casais e um prato cheio para turistas curiosos e prontos para registrar aquele Japão que vive no nosso imaginário desde sempre. É bem barato para entrar (acho que menos de ¥300.














Do jardim japonês, fomos em direção ao Castelo de Hiroshima. Lindo e bem japonês: você olha e fica pensando se é castelo ou templo. Foi destruído com a explosão atômica e, claro, reconstruído.  Não entramos, mas dentro do castelo funciona um museu e dá pra ter umas boas vistas panorâmicas da cidade. Nos jardins do castelo, estão as ruínas da sede militar de Hiroshima. Os japoneses usam a área verde e bem cuidada para lazer reunir amigos, beber, comer e bater papo.










Depois, fomos para o Parque do Memorial da Paz, chamado de Hiroshima's Peace Memorial Park. Nessa região, que antes da bomba era o centro político e comercial de Hiroshima, há vários monumentos e símbolos dedicados à luta contra as bombas atômicas e à defesa da paz, e um museu que considero obrigatório. A região é linda e ótima para passear.








Hiroshima foi proclamada a Cidade da Paz e é muito comovente passar algumas horas naquela região, ficar emocionalmente destruído com o resultado de uma explosão atômica e, horas depois, sentir o peito cheio de paz e alegria ao perceber como os japoneses conseguiram transformar essa desgraça em algo positivo para o mundo.

A bomba atômica explodiu a 600 metros do chão e causou a morte de mais de 300 mil pessoas e destruiu praticamente tudo num raio de 2 km. As fotos abaixo são representações da cidade antes e depois da bomba. Essas maquetes estão no Museu Memorial da Paz.



A 150m do hipocentro da explosão da Little Boy, às 08h15 de 06 de agosto de 1945, estava a prefeitura de Hiroshima. A estrutura metálica da cúpula do prédio, chamada de Cúpula Genbaku, foi a estrutura mais próxima a resistir ao impacto e, depois de muitas discussões sobre o que fazer com o que sobrou (a dúvida era se a cúpula seria destruída com o restante das ruínas ou preservada),  resolveram mantê-la intacta como um símbolo do bombardeio.





Visão panorâmica do Parque Memorial da Paz com alguns dos seus monumentos. Foto tirada do Museu Memorial da Paz.


Além da Cúpula Genbaku, alguns dos outros monumento erguidos no Parque Memorial da Paz de Hiroshima são:

Estátua das Crianças da Bomba Atômica, cuja maior referência é a garotinha Sadako Sasaki. Ela e família saíram ilesos do bombardeio, porque estavam distantes do epicentro da bomba, mas, durante a fuga, foram encharcados por uma chuva radioativa que caiu sobre Hiroshima. Por causa dos efeitos da radiação, Sadako morreu 10 anos depois da explosão.  

Chama da Paz. Está acesa desde 1964 e assim permanecerá até que todas as bombas nucleares do planeta sejam destruídas.

Sino da Paz. Os visitantes são estimulados a tocá-lo. A cada soada, honra-se e clama-se pela paz mundial.
Símbolo atômico no local da "porrada".
O Museu Memorial da Paz é demais. Tem um bom acervo sobre sobre a história da guerra, diversas informações sobre a bomba atômica e uma comovente coletânea de objetos e histórias chocantes ocorridas durante e logo após o bombardeio. É ali que ficamos emocionalmente destruídos. Uma das coisas que mais gostei foi saber que  o Prefeito de Hiroshima encaminha regularmente cartas para os prefeitos de cidades em que ocorre testes de bombas nucleares pedindo a suspensão dessas atividades. A cidade de Hiroshima realmente se engajou na missão de lutar pela paz mundial.

Relógio com ponteiros parados na hora da explosão: 08h15.



Chuva preta que caiu sobre Hiroshima após a explosão, espalhando toda a poeira e fuligem em um raio de cerca de 29km e alastrando ainda mais os efeitos maléficos da radiação.

O museu tem uma parte dedicada aos problemas de saúde causados pela radiação. O que mais nos impressionou foi o caso de um cara que perdeu as pontas dos dedos, mas a unha continuou a crescer, só que preta e com vascularização! Quando cortavam, sangrava. 

Essa foto abaixo é de um monumento que não sei bem o significado, mas pelos origames coloridos espalhados por ele é bem possível que seja alguma homenagem à Sadako Sasaki, a garotinha sobre a qual falei acima. Conta a história que quando Sadako estava internada, um amigo a visitou e levou um origame de Tsuru (garça, ave sagrada no Japão) e contou sobre uma lenda que diz que quem fizesse 1000 origames de garça teria um desejo atendido pelos deuses. Sadako resolveu tentar, e pediu para ser curada e continuar viva. Fez 646 Tsurus e morreu. Seus amigos fizeram outros 354 e ela foi enterrada com os 1000 origames. Os origames de garça viraram um símbolo de pedidos pela paz e é muito comum encontrá-los espalhados por toda Hiroshima, e mesmo em outras partes do Japão.


Depois do Parque Memorial da Paz, fomos andando até a região chamada Hiroshima Downtown, especificamente para a rua de pedestres Hondori. É uma rua comecial, cheia de luzes e cores. Por lá, jantamos, compramos e finalizamos nosso dia em Hiroshima. Teve bom! Não sei o nome do restaurante :-/





Ah! De Hiroshima, é possível ir até Myajima, onde tem um famoso Tori flutuante. Nós não fomos porque o cansaço bateu, mas a Janete e o Alan foram e eu tenho fotos :-) Fica a dica para quem tiver gás!




Foi assim! Mais um dia espetacular no Japão.

Beijocas. Vanessa.